No sábado passado (22), após a publicação de um vídeo nas próprias redes sociais, o médico ginecologista e obstetra Allan Henrique Fernandes Rendeiro, de 65 anos, foi acusado de assédio eleitoral e intimidação contra um casal, durante a realização de um parto realizado na Matenidade do Povo, no bairro da Campina, em Belém.
Nas imagens, Rendeiro disse que o filho do casal já teria nascido bolsonarista, ameaçou se retirar do local caso os pais não declarassem voto em Jair Bolsonaro (PL). Tudo isso enquanto filmava a mãe, que ainda se recuperava do parto. Após a repercussão negativa do vídeo, o médico apagou a postagem de suas redes sociais.
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Em nota emitida nesta quarta-feira (26), a direção do Sindicato dos Servidores do Ministério Público do Estado do Pará (SISEMPPA) manifestou repúdio à conduta de Allan Rendeiro, que também é servidor do Departamento Médico-Odontológico do Ministério Público do Estado do Pará (MPPA).
No documento, o Sindicado afirma que o médico já foi alvo de uma representação formal por parte da entidade a fim de apurar "condutas negacionistas do referido profissional, que contradiziam as regras da própria instituição quanto a protocolos de segurança sanitária, que visavam evitar a disseminação da COVID-19 no curso da pandemia".
A entidade classificou de "antiética" e "incompatível com as boas práticas da medicina", a forma como Rendeiro expôs o casal nas redes sociais, os constrangendo a declarar voto no candidato à presidência pelo PL.
“A filmagem e exposição de pessoas nas redes sociais pelo médico Allan Rendeiro, constrangendo-as a votar no candidato de predileção dele, revela postura antiética inaceitável, incompatível com as boas práticas da medicina e acentuada por elementos de machismo e misoginia, que atenta contra a dignidade humana da família dos pacientes e, especialmente, da mulher parturiente.”, diz o texto.
Leia a íntegra da nota emitida pelo SISEMPPA:
NOTA DE REPÚDIO
O Sindicato dos Servidores do Ministério Público do Estado do Pará (SISEMPPA) expressa seu repúdio à conduta do médico Allan Rendeiro, que, após o parto de um bebê, divulgou nas suas redes sociais um vídeo em que pede à genitora do recém-nascido, ainda em leito, para declarar voto no candidato a presidente Jair Bolsonaro.
Entendemos que a conduta de constranger pacientes, numa sala cirúrgica, fere todo e qualquer senso de ética que se espera de um profissional da saúde.
Allan Rendeiro é servidor do Departamento Médico-Odontológico do Ministério Público do Estado do Pará (MPPA) e já foi objeto de representação formal por parte da direção do SISEMPPA. No ano de 2021, por meio do seu ofício 027/2021, o sindicato noticiou à Administração Superior do Órgão Ministerial uma série de condutas negacionistas do referido profissional, que contradiziam as regras da própria instituição quanto a protocolos de segurança sanitária, que visavam evitar a disseminação da COVID-19 no curso da pandemia.
A filmagem e exposição de pessoas nas redes sociais pelo médico Allan Rendeiro, constrangendo-as a votar no candidato de predileção dele, revela postura antiética inaceitável, incompatível com as boas práticas da medicina e acentuada por elementos de machismo e misoginia, que atenta contra a dignidade humana da família dos pacientes e, especialmente, da mulher parturiente.
Solidarizamo-nos com as vítimas deste assédio e exposição indevida e aguardamos que a conduta do médico Allan Rendeiro seja apurada com máximo rigor.
Belém, 26 de outubro de 2022.
A Direção do SISEMPPA.
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