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Objetivo é produzir serviços que beneficiem as comunidades

O empreendedorismo social é um conceito que possibilita a construção de negócios cujo maior impacto são melhorias na sociedade. Uma das ações é a da Rede Mondó, da Associação Nacional das Universidades Particulares.

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A busca por impactos positivos e que proporcionem a transformação da realidade de uma comunidade está no centro de um conceito que já é colocado em prática por muitas iniciativas em todo o Brasil, o empreendedorismo social. Através do uso de técnicas já conhecidas do empreendedorismo, neste modelo de atuação, o foco está na adoção de bens e serviços que possibilitem a construção de soluções para problemas sociais.

Foi diante das demandas observadas na região do Arquipélago do Marajó, em meio ao cenário crítico da pandemia, que uma rede formada por organizações privadas de educação decidiu unir esforços para impactar positivamente a vida de uma comunidade. Envolvendo diversos atores em uma atuação centrada no caráter colaborativo e participativo, a Rede Mondó, idealizada pela Associação Nacional das Universidades Particulares (ANUP), nasceu com a proposta de contribuir com o desenvolvimento local por meio da educação.

“Desde 2018 a ANUP criou um capítulo social e, com a pandemia, veio a provocação do desenvolvimento de um projeto voltado para a educação”, considera a diretora executiva da Rede Mondó, Carolina Maciel. “Inicialmente, a ideia era levar educação de qualidade, conteúdos on-line, conectividade, infraestrutura para comunidades tradicionais que são ainda mais vulneráveis pelo seu déficit histórico. E aí a gente começou um estudo e buscou parceirosdentro da ANUP”.

Empresas devem ser espaços de construção coletiva

Diante da percepção das regiões em que a demanda por melhorias estruturais seria mais urgente, a iniciativa chegou ao Arquipélago do Marajó, mais especificamente à cidade de Breves, onde o projeto vem sendo desenvolvido. Com a definição do território de atuação, veio também o entendimento de que seria necessário compreender de maneira profunda a realidade da região e, para isso, o projeto buscou fazer um diagnóstico territorial que envolvesse as várias dimensões que impactam no ensinoe aprendizagem.

O desenho do diagnóstico, assim como toda a ação da rede até hoje, seguiu o modelo participativo, em que a própria comunidade pode apontar as principais demandas e, inclusive, contribuir com possíveis soluções. “A gente não queria chegar lá e ler o Marajó sob os nossos olhos. Então, foi criada uma rede de voluntárias universitárias, tanto de instituições públicas, quanto privadas, formada também com marajoaras, para participar desde a escolha do nome a discussões mais estratégicas”, lembra.

“No diagnóstico foram ouvidas 550 famílias e o que ficou muito claro para a gente foi que a solução não está fora do Marajó. Ela, na verdade, já existe, só precisa ser impulsionada e isso tem que ser feito a muitas mãos”.

Depois de entender os desafios e de pensar em conjunto possíveis soluções, um planejamento estratégico de três anos foi desenvolvido, pensando ações que envolvam desde o ambiente urbano, quanto o rural e o ribeirinho da cidade de Breves. A proposta é construir algo estruturante e de desenvolvimento sistêmico por meio do ambiente escolar para que a escola possa ser vista como uma plataforma de solução para desafios locais.

“Nesse pós-diagnóstico se chegou às frentes prioritárias que ficaram claras que deveriam ser trabalhadas para que, de fato, aqueles jovens tivessem ascensão educacional e profissional: educação, saúde, geração de renda e infraestrutura”, aponta Carolina.

Na busca por transformar o ambiente escolar nesse ambiente fortalecido e de referência não apenas para melhorias da educação, mas também em outras áreas, no primeiro ano de atuação o projeto já conseguiu estabelecer parcerias com o próprio poder público municipal para discutir desde a gestão da educação.

O mesmo vem sendo trabalhado no campo da saúde e nas demais áreas. Todo o recurso que o projeto usou até hoje é 100% da iniciativa privada. “A gente acredita que a escola é um ambiente de transformação, não existeoutro caminho”.

Transformação: o centro do empreendedorismo social

A transformação social tão valorizada pelo projeto da Rede Mondó é justamente o centro do empreendedorismo social, modelo desenvolvido pela rede e por várias outras iniciativas ao redor do Brasil. A analista de Políticas Públicas do Sebrae Nacional, Ana Carolina de Souza dos Santos, aponta que, de acordo com a FIA/USP, o empreendedorismo social é um conceito que possibilita a construção de negócios cujo maior impacto são melhorias na sociedade.

Objetivo é produzir serviços que beneficiem as comunidades
📷 |Felipe Souza/Divulgação

“O empreendedorismo social tem como objetivo produzir bens e serviços que beneficiem as comunidades, sejam elas de nível local ou global, com foco nos problemas sociais”.

Diante desse impacto positivo, as iniciativas de empreendedorismo social podem encontrar nas próprias políticas públicas governamentais o suporte que precisam para se fortalecer, a partir do estabelecimento de parcerias em que, iniciativa privada e poder público, possam contribuir com a promoção de um ambiente propício para o desenvolvimento de negócios.

POLÍTICAS

“As políticas contribuem de forma decisiva para o empreendedorismo no território. A transformação de uma ideia, produto ou serviço em valor social pressupõe a existência de um ambiente de negócios que permita que esse negócio se estabeleça e se desenvolva de forma sustentável”, considera a analista do Sebrae. “As políticas públicas visam garantir condições econômicas e sociais que permitam às empresas acessarem seus direitos e cumprirem suas obrigações de forma simples”.

Objetivo é produzir serviços que beneficiem as comunidades
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