O salão do Tribunal do Júri, em Belém, ficou lotado de pessoas que, desde o início da manhã desta quarta-feira (8), acompanham o julgamento do cabo da Polícia Militar do Pará, Marçal de Azevedo. Ele é acusado de ser um dos participantes do assassinato do advogado Arnaldo Lopes de Paula, em dezembro de 2017. As investigações mostram que o réu foi um dos executores. A vítima foi baleada no bairro do Jurunas quando saia da casa de familiares. Os autos e depoimentos indicam a responsabilidade do militar.
Vídeo: Policial suspeito de participar da morte de advogado é preso
A sentença foi lida no final da noite. Marçal foi condenado a 18 anos e seis meses de reclusão em regime inicial fechado. Ele também perde o cargo de policial militar.
A comissão de prerrogativas da Ordem dos Advogados do Brasil acompanhou a sessão. Segundo o advogado Braz Mello, que também atua na assistência de acusação, uma desavença por conta do controle da Associação das Praças da Polícia Militar do Pará foi o que motivou a morte. Arnaldo teria ganhado uma ação e se tornou presidente da Aspra.
O crime teria sido encomendado pelo sargento do Batalhão de Operações Especiais, Rossicley Ribeiro. As apurações mostraram que o réu e o PM da reserva Roosevelt de Nazaré foram contratados por R$ 20 mil para a execução. Jhony Almeida forneceu o carro para a ação e colheu informações sobre a vítima. Todos estão presos.
O homem que pilotou o veículo para os atiradores, identificado apenas como Rodrigo, foi assassinado. A morte é apontada como queima de arquivo. A acusação acredita que as outras pessoas serão julgadas ainda este ano.
Durante o julgamento, oito testemunhas foram interrogadas. Quatro de defesa e quatro de acusação. A viúva que deu detalhes das ameaças que Arnaldo Lopes sofria.
A acusação pontuou que um dos depoimentos mais importantes desta quarta-feira foi do delegado da Polícia Civil que investigou o homicídio até que os suspeitos fossem identificados e presos.
RELEMBRE
O advogado Arnaldo Lopes de Paula foi baleado no dia 18 de dezembro de 2017, em uma passagem na avenida Roberto Camelier, no bairro do Jurunas. Ele saia da residência de familiares, de carro quando os atiradores chegaram. A vítima foi socorrida e levada para um hospital da capital, mas morreu três dias depois. Antes do crime, câmeras de segurança e lâmpadas de residências próximas ao local do baleamento foram roubadas.
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