Motoristas e motociclistas continuam praticando irregularidades na avenida Arthur Bernardes, mesmo após dois acidentes graves registrados na via e que resultaram na morte de três pessoas. Na última semana, a equipe do DIÁRIO flagrou práticas proibidas por lá, sobretudo, motoqueiros sem capacete, motoristas sem o cinto de segurança, além de condução de veículo em alta velocidade.
Por ser uma via que conecta diversos bairros de Belém, a começar da avenida Pedro Álvares de Cabral até o distrito de Icoaraci, é normal que haja grande fluxo de pessoas e de veículos, quase o dia todo, todos os dias. Outros fatores de risco são: buracos nas ruas, ultrapassagens em curvas, lixo nas ciclovias, cachorros soltos e falta de respeito às sinalizações verticais.
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Um dos pontos mais críticos fica entre a passagem Amoras e a Travessa Haroldo Veloso, no bairro do Tapanã. Na última terça-feira (14), um motociclista sem capacete morreu após colidir contra um caminhão. A passageira da moto ficou ferida e foi encaminhada para uma unidade de saúde para atendimento médico e não corre risco de morte.
“Eu percebo que pode acontecer acidentes todos os dias e ainda sim as pessoas continuarão sendo irresponsáveis”, declarou Natanael Miranda, 35. O padeiro já perdeu as contas de quantos situações arriscadas já presenciou na Arthur Bernardes. “Tem motoqueiro que empina moto. Carros que cantam pneu. Motoristas que furam semáforos com pedestres na faixa, entre outros”, completou.
Na pressa, além do uso indevido da ciclofaixa por carros e motos, foi possível flagrar motociclistas atravessando pela faixa de pedestres sem descer do veículo, transitando de um lado para o outro, em meio a crianças e idosos. Mesmo com a equipe do jornal registrando as imprudências, muitos pareciam não se importar com a presença do repórter e ainda faziam pose para o fotógrafo.
CONSCIÊNCIA
Paulo de Sá, 25, trabalha em uma oficina a poucos metros do acidente mencionado acima. De acordo com o mecânico, que também mora nas proximidades, pelo menos uma vez por semana ocorrem acidentes, dos mais graves aos mais leves, e a maioria por imprudência. “Percebo que as pessoas estão nem aí para os outros, pois nessa ocasião, não é só a vida dela que está em jogo”, afirmou.
Paulo Mota, 32, só sai de casa se estiver devidamente protegido. “Sempre estou com o capacete onde é para estar, na cabeça. Fora que eu não consigo andar de moto sem usar um tênis, pois dessa forma eu tenho uma sensação de segurança. Acho que as pessoas poderiam ter mais amor à vida, pois não sabemos o que pode acontecer daqui para ali”, disse o vendedor.
Mota chamou a atenção para buracos são determinantes para situações delicadas entre ciclistas, motociclistas e condutores de veículos, em geral, principalmente no trecho entre o Aeroporto Internacional de Belém, no bairro de Val-de-Cans, e o bairro do Tapanã. “Por conta do reflexo, muitos jogam o carro para cima da moto. O motoqueiro que não vê, acaba perdendo o equilíbrio ao passar por cima”, ressaltou.
Uma característica da avenida Arthur Bernardes é justamente por comportar um fluxo intenso de veículos, desde bicicletas a caminhões pesados. A situação aumenta a necessidade de intervenções na pista, como manutenções rotineiras, além da implantação de um sistema que atue na prevenção de acidentes, como a presença de agentes de trânsito fiscalizadores.
A Superintendência Executiva de Mobilidade Urbana de Belém (Semob) foi questionada sobre os trabalhos de fiscalização na via, mas não respondeu até o fechamento desta edição.
R$ 293,47
É o valor da multa gravíssima para quem conduzir motocicleta, motoneta ou ciclomotor sem o uso de capacete ou vestuário adequado, segundo o CTB, além da suspensão do direito de dirigir. Já em relação aos carros, todos precisam estar com cinto de segurança, pois a falta do item é infração grave, com multa de R$ 195,23.
O capacete que era para estar protegendo a cabeça foi parar no braço. Outros preferem colocar apenas na testa. Tem quem prefere deixar em casa e transitar normalmente sem a proteção exigida pelo Código de Trânsito Brasileiro (CTB). Outra infração é a pilotagem de sandália, ou exceder o número de passageiros, nesse caso, só pode haver duas pessoas contando com o piloto.
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