Faltando cerca de três semanas para a celebração da Semana Santa, a procura pelo pescado já começou no Mercado de Peixe, no Complexo Ver-o-Peso, em Belém. Nesta época do ano, as famílias católicas mantêm o costume de consumir somente peixe. E, de acordo com uma pesquisa do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese/Pará), o pescado ficou mais caro após sofrer reajustes em fevereiro deste ano, em comparação com o mês anterior.
O levantamento mostrou que o quilo do pescado comercializado em supermercados da capital paraense apresentou os seguintes aumentos: pescada gó (11,90%), pescada amarela (10,74%), gurijuba (10,51%), dourada (5,73%) e o filhote (1,33%). Por outro lado, alguns tipos de pescado apresentaram recuos como a pescada branca (- 14,90%) e o tambaqui (- 0,18%).
Na semana passada, o Governo do Pará anunciou o decreto estadual nº 2.941/2023 que restringe a movimentação do pescado entre os dias 24 de março e 7 de abril de 2023. A medida tem o objetivo de garantir o abastecimento de pescado em todo o estado no período da Semana Santa.
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No box do peixeiro João Oliveira, 65, no Mercado de Peixe, a pescada gó está custando R$ 15,00; pratiqueira R$ 20,00; gurijuba R$ 25,00; dourada R$ 25,00; pescada amarela R$ 28,00; tambaqui R$ 20,00 e tainha R$ 25,00. Para o feirante, os preços dos pescados devem subir um pouco mais uma semana antes das celebrações, em razão das restrições. Por isso, a dica é antecipar as compras.
“Uns cinco dias antes da Sexta-Feira Santa deve aumentar um pouco. Já tem cliente comprando para guardar. Mas a procura maior é na Quinta-Feira Santa. A expectativa que a gente tem aqui é vender uma faixa de 700 quilos de peixes só neste dia”, disse.
NEGOCIAÇÃO
Dentre os benefícios de adquirir o pescado diretamente no Mercado de Peixe está levar para casa um peixe fresco, além da possibilidade de negociação dos valores, conforme explicou o proprietário de box e presidente do Sindicato dos Peixeiros de Belém, Fernando Souza, 57.
“No final da semana que vem a procura deve se intensificar. A gente espera que os preços se mantenham. Aqui o cliente lida diretamente com o dono e o produto acaba ganhando desconto. Todos os dias tem peixe novo. Na Semana Santa, a gente aumenta a quantidade de pescado para poder atender todo o público”, informou o peixeiro, que trabalha há 45 anos no mercado.
A fim de garantir o pescado na mesa, os consumidores movimentaram o Mercado de Peixe na manhã de sábado (18). Entre eles estava o militar Ari Brito, 42, que comprou dourada e tainha. “Já é para guardar para a Semana Santa, porque vai aumentar e temos o costume de comprar mais cedo justamente por isso. A gente normalmente consome peixe 3 vezes por semana e na Semana Santa consumimos mais. Toda família se reúne e cada um leva o seu prato, isso se não formos passar no interior. O preço já aumentou um pouquinho. Normalmente a dourada é R$ 15,00 e hoje estava R$ 20,00”, pontuou o consumidor.
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