A 1ª Vara da Infância e Juventude de Belém, realizou ontem (15) o lançamento de uma campanha que tem como objetivo esclarecer dúvidas a respeito do processo de adoção de crianças e adolescentes. A iniciativa, em alusão ao Dia Nacional da Adoção, celebrado no próximo dia 25 de maio, visa ainda desmistificar algumas informações e fortalecer a importância de diversificar o perfil de crianças adotadas pelos brasileiros.
Na capital paraense, os agentes e comissionados da vara vão estar presentes em diversos prédios públicos, além de shoppings centers para fazer contato com o maior número de pessoas.
“Queremos que a sociedade entenda que o processo de adoção não é algo demorado. É a escolha do perfil da criança que, muitas vezes, faz com que essa adoção seja mais dificultada. Por isso queremos modificar pensamentos e ampliar mais esse perfil”, disse a juíza e titular da vara, Rubilene Rosário.
Segundo a juíza, o brasileiro tem buscado adotar apenas crianças de até quatro anos de idade, sem comorbidades, brancas e de preferência, que possua olhos claros.
“Temos que começar a pensar diferente e que as pessoas sintam no coração que a vontade de ter um filho e o amor, devem falar mais alto no momento de se candidatar à adoção. Quando se tem um filho biológico, por exemplo, ninguém escolhe como ele será e assim também deve ser nesse processo”, destacou.
De acordo com o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), o Pará possui 80 crianças e adolescentes disponíveis para adoção, sendo 52,5% pertencentes ao sexo masculino e 47,5% do sexo feminino. Um total de 76,3% dessas crianças são pardas, 17,5% são negras e 6,3% brancas. Das 80 crianças e adolescentes, 10 possuem até 2 anos. Ainda segundo o CNJ, o estado possui atualmente 378 pretendentes disponíveis para realizar a adoção.
Levando em consideração a etnia e gênero, mais da metade dos pretendentes afirmam não terem preferência. No quesito idade, as preferências se diversificam bastante e 107 pretendentes aceitam crianças de até 2 anos. Uma segunda parcela diz querer adotar crianças de até 4 anos de idade. Os demais se dividem entre o desejo da adoção nas faixas etárias que vão de 6 anos a maiores de 16 anos de idade.
SAIBA MAIS
QUER SE CANDIDATAR COMO PRETENDENTE
À ADOÇÃO? VEJA O PASSO A PASSO
1º - Procure a Vara da Infância e Juventude do seu município
2º - É preciso fazer uma petição para dar início ao processo de instalação
3º - É obrigatório realizar o curso de preparação psicossocial e jurídica para adoção. Após o curso, o candidato (a) é submetido (a) a avaliação com entrevistas e visitas domiciliar feitas por uma equipe técnica
4° - Durante a entrevista técnica, o pretendente descreve o perfil da criança desejada
5º - A partir do laudo da equipe técnica e do parecer emitido pelo Ministério Público, o juiz (a) dará sua sentença. Com o pedido acolhido, seu nome será inserido no cadastro
6º - Já no Cadastro de Adoção, é preciso aguardar para encontrar o perfil compatível. Quando encontrado, a Vara da Infância irá avisá-lo e se houver interesse, ambos serão apresentados
7º - Inicia-se o Estágio de Convivência, onde visitas a criança no abrigo e passeios são concedidos. Se correr tudo bem, a criança é liberada e o pretendente ajuizará a adoção. O juiz (a) profere a sentença e determina a lavratura do novo registro de nascimento
Para saber mais sobre o processo de adoção acesse o site do CNJ pelo www.cnj.jus.br ou pelos telefones 3205-2280 / 3205-2229.
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