A Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap) e a empresa Vimex assinaram nesta quarta-feira (12) convênio para oferecer 15 vagas de trabalho remunerado para internos do regime semiaberto do Centro de Recuperação do Coqueiro (CRC). A proposta possibilita que custodiados com experiência em marcenaria possam trabalhar como auxiliar de marceneiro e em serviços gerais.
O titular da Seap, Marco Antonio Sirotheau Corrêa Rodrigues, enfatizou que a reinserção social é meta da Secretaria, por isso é fundamental encontrar parceiros que possam ajudar a ampliar esse trabalho.
“Nós não estamos inseridos apenas no Sistema de Segurança Pública; nós fazemos parte de um sistema de gestão social. E fazemos esses dois trabalhos com nossos custodiados, e encontramos empresas parceiras que ajudam nesse direcionamento, absorvendo a mão de obra carcerária”, ressaltou o secretário.
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A Vimex, exportadora de madeira, já teve uma boa experiência anterior com trabalhadores do sistema prisional. O antigo projeto precisou ser suspenso devido à pandemia de Covid-19, mas a empresa resolveu investir novamente neste modelo de negócio, firmando convênio com a Seap.
“Estamos muito confiantes no trabalho que está sendo feito agora pela Seap. Percebemos uma diferença em relação à última vez. Os custodiados são muito bem-vindos. Eles serão parte do grupo de colaboradores. Nossa expectativa é com o sucesso deste convênio; é poder aumentar essa quantidade de pessoas, para que a gente possa participar de uma forma maior da ressocialização deles, porque sabemos que isso é muito importante para o nosso País”, afirmou Antônio Atuati, diretor da Vimex.
Oportunidades
Aos 39 anos, Augusto Lima atualmente trabalha como operador de estufa, secando madeira para exportação. Há cinco anos ele tem carteira assinada, mas seu primeiro contato com a empresa foi como custodiado. “Quando eu estava no semiaberto trabalhei mais de três anos na Vimex. Quando eu saí, eles me contrataram. Eu aprendi a marcenaria lá na unidade, e quando cheguei na empresa vi que era um ambiente que eu já estava acostumado, e fluiu. Quero ser uma inspiração para os outros. Dou o meu melhor todos os dias, como se fosse a primeira vez”, contou Augusto Lima.
O interno José Brasil, 53 anos, que disse ter sido criado dentro de uma marcenaria, deixou o ofício em 2003 quando se mudou para Brasília (DF). Na unidade prisional, ele aperfeiçoou seus conhecimentos. “Já tive várias profissões, mas hoje sou marceneiro. Está no meu sangue. É igual a andar de bicicleta; a gente nunca esquece. Essa oportunidade de trabalho veio para somar na minha vida. Quero contribuir com o projeto e me reintegrar na sociedade de forma digna”, garantiu o interno.
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