O segundo dia dos Diálogos Amazônicos, realizado no Hangar, em Belém (PA), retomou sua programação na manhã deste sábado (5), com os eventos auto-organizados, além da primeira plenária-síntese do dia.
Na ocasião, após atender à agenda do “MMulheres”, as ministras Marina Silva (Meio Ambiente), Anielle Franco (Igualdade Racial), Cida Gonçalves (Mulheres) e a presidente da Funai, Joênia Wapichana, concederam uma entrevista para a imprensa e comentaram políticas e ações afirmativas para a proteção da mulher, em especial a mulher indígena.
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“Para nós é uma alegria estar aqui fazendo uma discussão muito importante sobre a questão das mulheres e da justiça climática. Esse diálogo que discute a desigualdade foi um painel muito importante para nós mulheres indígenas e trazemos aqui tanto o olhar da mulher indígena nesse cenário, que se discute proposições e soluções, assim como o tempo para reflexão do que precisa ser encaminhado nos Diálogos”, iniciou Joênia Wapichana, presidente da Funai.
Desintrusão das terras indígenas
Um dos pontos de discussão levantados pela ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, tratou das operações de desintrusão em terras indígenas - retirada de quem não é originário da área legalmente demarcada -, a exemplo das operações nas terras Yanomami que, nos últimos registros, estava há 30 dias sem qualquer alerta de atividades de garimpo ilegal.
“O presidente Lula colocou como prioridade e começou pelo que talvez seja o mais difícil, que é a Terra Yanomami. Agora nós estamos em uma fase muito difícil que é aquela fase em que uma parte é envolvida com as organizações criminosas, por isso o Exército ganhou um mandato específico para também prender e autuar todos os criminosos que são garimpeiros”, destacou.
Igualdade racial e ações afirmativas no Pará
A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, resgatou o Acordo de Cooperação Técnica (ACT), assinado com o Governo do Pará e os demais ministérios que visa atender as comunidades do Arquipélago do Marajó (PA), além de destacar ações afirmativas atualmente em discussão no estado do Pará.
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“É importante retomar esses diálogos e construir isso com a sociedade civil, com os povos originários e os quilombolas. Ontem assinamos um acordo com o ministério dos Direitos Humanos e tantos outros pra gente poder falar do Marajó. Falamos com a secretaria estadual de promoção à Igualdade Racial para que a gente possa ter esse mapa da Amazônia Legal da população negra, pensar outros para quilombolas, entrar nesses territórios e dialogar. Eu acho que isso é importante”, destacou Anielle Franco.
Diálogos Amazônicos
O Diálogos Amazônicos acontece entre os dias 4 e 6 de agosto de 2023, no Hangar Centro de Convenções em Belém (PA), com o objetivo de pautar a formulação de novas estratégias para a região. O evento integra a programação da Cúpula da Amazônia, que se estenderá até 9 de agosto, na capital paraense, com participação do Brasil, Equador, Venezuela, Bolívia, Guiana, Peru, Suriname e Colômbia.
As atividades incluem plenárias do Governo Federal e outras organizadas pela sociedade civil, academia, centros de pesquisa e agências governamentais. As propostas que sairão dos Diálogos serão entregues para os líderes da Cúpula da Amazônia.
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