Belém é uma cidade com uma enorme riqueza de construções históricas que contam um pouco da trajetória da capital paraense. No entanto, não é raro encontrar locais cuja conservação não foi mantida da maneira correta, provocando a descaracterização destes espaços.
Um destes espaços é o Memorial Magalhães Barata, localizado na Praça da Leitura, em Belém. Conhecido popularmente como "Chapéu do Barata", o monumento é considerado um símbolo do bairro de São Brás, porém seu atual estado de conservação não condiz com o propósito pelo qual a edificação foi erguida.
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Atualmente, o local serve de abrigo para pessoas em situação de rua e usuários de drogas. Nas imediações, quem passa pela praça sequer se aproxima do monumento, que está completamente depredado, sujo e repleto de pichações, restando apenas a estrutura que remete ao icônico chapéu que o ex-governador do Pará costumava usar.
Após quase 20 anos de abandono, o jornalista Marcelo Marques, do Bacana News, anunciou que o Governo do Pará, por meio da Secretaria de Estado de Cultura (Secult), pretende revitalizar o espaço e dar um novo uso para o local, tornando-o referência em cidadania na região de São Brás.
Isso porque o restauro no "Chapéu do Barata" deverá torná-lo, além de memorial, uma nova sede da Estação Cidadania, que oferece serviços como emissão de carteira de identidade, biometria, trâmites do Departamento de Trânsito do Estado do Pará (Detran), entre outros.
Marcelo Marques não anunciou estimativas para quando as obras de reforma no local possam iniciar, mas é possível que a intervenção ocorra antes da realização da COP-30 em Belém, prevista para 2025, dada a preocupação em promover grandes melhorias na cidade até o evento.
MEMORIAL
O Memorial Magalhães Barata foi construído para comemorar o centenário de nascimento do ex-governador do Pará, Joaquim de Magalhães Cardoso Barata. No dia 18 de junho de 1988, foi lançada a pedra fundamental do memorial, inaugurado quase um ano depois, em 19 de abril de 1989.
Projetado pelos arquitetos Raul Ventura Filho, Luis Ferreira e Stélio Santa Rosa, o memorial é uma edificação circular que representa o próprio Magalhães Barata por meio de seu capacete, que utilizava por mais de 20 anos de gestão como governador, de 1930 a 1956.
Além disso, no local também há dois triângulos vermelhos, que representam a bandeira do Pará e seu povo. Há ainda um obelisco azul, com uma estrela na ponta, e uma rampa de acesso ao memorial.
A edificação circular foi construída para abrigar um museu, além da administração e banheiros no primeiro andar, uma cripta no segundo piso e um mezanino no terceiro piso.
Na cripta estavam os restos mortais do ex-governador, retirados em 4 de março de 1989 do cemitério Santa Izabel e transportados, após serem embalsamados, em cortejos que o homenagearam na véspera e no dia da inauguração. Em 2012, após uma tentativa de furto, os restos mortais foram retirados do local. Naquela altura, o memorial já estava em processo de abandono.
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