As queimadas, muitas vezes iniciadas pelo homem, representam uma das principais ameaças ambientais em todo o mundo. Algumas queimadas são realizadas para fins agrícolas, pecuários ou mesmo por negligência, e os impactos ambientais são profundos e duradouros.
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Na região da Ilha do Marajó, no Pará, há registros de diversas queimadas provocadas pela própria população, que infelizmente, muitas vezes não tem noção e nem consciência ambiental sobre os danos que a prática pode causar ao meio ambiente. Confira abaixo alguns vídeos que demonstram o estrago causado pela queimadas criminosas no Marajó nesta última semana:
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De acordo com Antônio Lobato, produtor rural na ilha, uma prática comum de algumas pessoas na região é realizar queimadas para capturar quelônios (jabutis, cágados tracajás, entre outros), que são capturados e comercializados ilegalmente por moradores de algumas localidades.
"O Marajó é uma região de campo natural, e é muito cultural da ilha, há muitos anos, a população tacar fogo nos campos, para que o fogo entre e espante os quelônios e animais silvestres. Eles capturam os animais para comercializar", relata o produtor.
Ainda segundo Antônio, eventos climáticos como o "La Ninã" aumentaram o acúmulo de matéria orgânica no solo, o que propicia o aumento do capim e a propagação das queimadas na região. Municípios como Santa cruz do Ariri, cachoeira do ariri, ponta de pedras e Muaná são os mais atingidos pela prática criminosa.
"Amo minha terra, cuido dela como se fosse parte da minha família e tenho um respeito pela matéria orgânica que acumula no solo, e o alimento pro gado. Me preocupo muito com essa questão das queimadas, que oferece perigo para os animais e para o meio ambiente", explica Antônio.
O resultado destas queimadas irregulares, que muitas vezes são praticadas por pura ignorância, são incêndios extensos, que tomam conta de grandes territórios e atingem até mesmo propriedades rurais.
É o caso de uma mulher, proprietária de uma fazenda no município de Ponta de Pedras, que foi atingida por queimadas na última semana.
"Ainda não descobrimos quem colocou, mas são diários os novos focos de incêndio. É uma época muita quente, o capim muito seco, o vento, fazem o fogo se espalhar rápido", denuncia a proprietária, que não quis ser identificada
Ainda de acordo com a proprietária, não há muito controle sobre a entrada de pessoas em fazendas na região, que aumenta facilidade para que novas queimadas criminosas ocorram.
"A noite a gente via as labaredas longe, queimando tudo. Isso prejudica uma série de situações, as nossas cercas, a mata. É um crime ambiental e isso é muito preocupante", alerta a mulher.
Para enfrentar este problema de frente, produtores rurais do Marajó se reuniram recentemente com Federação da Agricultura e Pecuária do Pará (FAEPA) e a Associação Rural da Pecuária do Pará (ARPP). O objetivo do encontro foi de buscar soluções integradas que possam combater as queimadas, além de levar mais conscientização para a população das ilhas sobre o perigo das queimadas.
Vale lembrar que o ato praticar queimadas irregulares é um crime ambiental, que pode gerar pena de até 4 anos de reclusão, de acordo com a Lei de Crimes Ambientais, nº 9.605 de 1998.
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