Entre os meses de janeiro e agosto de 2018 e 2023 houve uma redução média de 78% nos Crimes Violentos Letais Intencionais (CVLI), que incluem homicídio, latrocínio e lesão corporal seguida de morte; e de 74% nos crimes de roubo nos 5 bairros da capital (Bengui, Cabanagem, Guamá, Jurunas/Condor, Terra Firme), um de Ananindeua (Icuí-Guajará), de Marituba (Bairros União e São Francisco) e nos municípios de Canaã dos Carajás e Parauapebas, segundo dados da Secretaria de Estado de Segurança Pública (Segup). Em comum, são locais contemplados por unidades das Usinas da Paz (Usipaz), carro-chefe do Programa Territórios pela Paz (Terpaz), principal programa social desenvolvido pelo governo do Estado.
Em alguns bairros como Benguí, Cabanagem e Icuí-Guajará, a redução nos CVLI ultrapassa os 90%. Em Marituba e em bairros como Benguí e Jurunas/Condor, a redução nas ocorrências de roubo chegou a 86%, 80% e 79%, respectivamente.
Ruth Helena Aquino, 54 anos, participa das atividades da Usipaz de Jurunas/Condor desde a inauguração da unidade, há um ano. Já fez vários cursos e oficinas e tem atendimento médico. “Não tem como não notar a diferença do antes e depois da usina aqui no bairro... As crianças e adolescentes que antes ficavam pelas ruas sem fazer nada estão todas aqui dentro. Mesmo que não participem das atividades educacionais e esportivas, o que é raro, elas frequentam e desfrutam do espaço. Não ficam mais nas ruas se arriscando”, comenta.
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Ruth, que é manicure, já fez cursos de corte e costura, customização, empreendedorismo e até de design de sobrancelhas e spa dos pés, que vem lhe ajudando a aumentar o orçamento doméstico. “Já ofereço o design de sobrancelhas e o spa para as minhas clientes que faço as unhas e como também faço artesanatos os cursos que fiz na usina auxiliaram muito nesse trabalho. Quando não estou
em casa estou aqui me capacitando”, diz.
Lucas Carneiro Maia, diretor da Usina do Jurunas/Condor, ressalta que passam pela unidade diariamente cerca de 500 pessoas, sendo que entre 15 a 20 mil pessoas utilizam alguns dos 70 serviços oferecidos pelo projeto nas mais diversas áreas. “Cerca de 30 mil pessoas passam pela usina todos os meses, sem contar os que usam os serviços. Isso é porque muitas pessoas vêm aqui apenas para passar o tempo, utilizar os espaços e a internet para fazer algum serviço ou trabalho escolar. Hoje a usina se transformou num grande ponto de encontro, numa praça pública que funciona de domingo à domingo das 7h às 22h”, conta.
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O diretor conta que a usina vai dentro da própria comunidade buscar participantes para os projetos que são mais demandados pelos moradores. Essa busca é feita nas escolas estaduais e municipais, ong’s, associações e outras entidades da sociedade civil. “Essa busca ativa tem muito resultado e nos ajuda a manter as oficinas e cursos sempre com muitos participantes. Ainda temos 5 grupos de divulgação pelo Whatsapp com mil integrantes cada onde colocamos as propagandas e chamadas para os serviços que oferecemos. Esse trabalho todo vem se refletindo na redução evidente da ocorrência de crimes de roubos e em homicídios aqui no bairro”, conta.
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