Um dos alimentos mais consumidos pelos paraenses voltou a apresentar alta de preço, após um período de seis meses consecutivos de quedas. Em Belém, os batedores artesanais de açaí contam que a tendência é que o preço do litro do fruto continue subindo devido à entressafra.
De acordo com os vendedores, entre os meses de janeiro e junho é comum que a produção e a distribuição do fruto fiquem mais escassas e, consequentemente, afetando o bolso dos consumidores.
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A última pesquisa divulgada pelo Dieese-PA previa novas altas no preço do açaí comercializado em feiras livres, supermercados e pontos de vendas da Grande Belém. O estudo apontou que o produto ficou 6% mais caro para o consumidor entre os meses de outubro e novembro do ano passado. Em novembro de 2023, por exemplo, o litro de açaí tipo médio chegou a custar R$ 18,63.
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O Dieese/PA destacou ainda que o valor cobrado pelo litro do açaí, tipo médio, é diferenciado quando levado em consideração os vários locais de venda. Ontem (5), o DIÁRIO fez uma ronda e constatou que os preços já estão ficando elevados em alguns pontos. Já em outros, localizados principalmente nos bairros mais afastados do centro da cidade, o açaí pode ser encontrado com um valor bem mais em conta.
Trabalhando há 29 anos vendendo açaí no bairro da Pedreira, Heron Amaral conta que no início da semana, os produtores estavam repassando uma rasa ao valor de R$ 100,00. Mas nesta primeira sexta-feira do ano, já teve um reajuste e a rasa passou a custar R$110,00. “Com essa quantidade conseguimos tirar 13 litros do tipo médio. Consegui segurar, ao máximo, um valor de R$16,00 por litro, mas com reajuste não tem como não aumentar também”, diz.
Ainda de acordo com o batedor do fruto, os produtores do Marajó são os que ainda estão permitindo segurar os valores nos pontos de venda. “Já estamos nesse início da entressafra, mas os açaizeiros do Marajó conseguem aguentar um pouco mais o fruto na árvore. Então, ainda dá para manter os preços mais acessíveis. Porém, no período maior de escassez, a tendência será aumentar mesmo”, contou.
Compreensão
As dificuldades do período de entressafra do fruto, também foram confirmadas por Walquiria Costa, que há mais de 30 anos trabalha batendo e vendendo açaí na Feira da 25. “A gente precisa entender que todos os anos acontece isso. As coisas vão começar a melhorar só depois das chuvas, quando vamos ter açaí com mais abundância e os valores caindo. Mas enquanto isso, a gente tem que segurar firme e contar com a compreensão dos clientes”, diz.
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