Moradores dos bairros do Curió-Utinga e Cremação, em Belém, sofrem com alagamentos crônicos e enfrentam transtornos que se agravam com a chegada do inverno amazônico. Dessa forma, alguns já temem os prejuízos materiais, já que março é conhecido pelo período de maior intensidade das chuvas.
A comerciante Marinete Dantas, de 52 anos, que mora há 11 anos na passagem Elvira, entre as avenidas João Paulo II e Almirante Barroso, no bairro do Curió-Utinga, conta que já perdeu muita mercadoria com os alagamentos que invadem o comércio. Na parede do estabelecimento, as marcas mostram a altura que a água alcança em, no mínimo, dez minutos de chuva intensa.
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“Esse problema é de muitos anos. Já perdi muita mercadoria, às vezes só falta eu me perder dentro da água. Nós temos muitos prejuízos com isso”, comenta.
A moradora afirma que os bueiros da rua estão obstruídos há um bom tempo, o que piora a situação dos alagamentos. Segundo ela, a desobstrução de bueiros já amenizaria o problema, mas a atenção também precisava ser voltada para ações de dragagem e retirada de entulhos do Canal do Mártir e do Canal do Murutucu, no bairro.
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“Quando teve obras aqui, há uns 2 anos, o engenheiro disse que o problema de alagamento não estava nas ruas, mas sim nos canais que cortam o bairro. Então, é isso que a gente quer, a passagem Elvira é a que mais recebe água aqui”, disse.
Ainda no Curió-Utinga, mas na passagem Virgílio, o morador Nonato Araújo, 66, comentou que não sofre muito com os alagamentos pois a residência está situada num ponto alto da rua, no entanto, diz que só a limpeza dos canais não é o suficiente para que o restante dos moradores não se desloque com a água no joelho quando chove intensamente. “Tem que retirar os entulhos, né? Para a água escoar mais rápido. As casas aqui são todas com as calçadas altas para evitar de invadir”.
Cremação
Quem teve que ‘levantar’ a calçada para evitar maiores prejuízos foi a comerciante Zenaide Ribeiro Valadares, 75, que reside no bairro da Cremação e possui um estabelecimento na rua Fernando Guilhon, próximo da avenida Generalíssimo Deodoro.
“Já perdi muitos móveis, enchia tudo aqui e invadia a minha casa. Acho que precisa desentupir os bueiros para amenizar essa questão. Hoje já não enche mais, mas e para andar na rua depois que chove? Todo ano a gente paga IPTU”, afirma.
A vendedora de salgados Bruna Talia, de 24 anos, também comenta que sofre com prejuízos financeiros quando a rua alaga. “Já teve muitos dias que não consegui vender porque tava cheio aqui, né? Então, perco a venda. Faz uns quatro ou cinco meses desde que a prefeitura fez a última limpeza nesse canal aqui”, disse.
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