Na terceira sexta-feira do mês de março é comemorado Dia Mundial do Sono, que, neste ano, acontece no dia 15. A data é uma iniciativa da World Sleep Foundation, representada no Brasil pela Associação Brasileira do Sono (ABS), e ressalta a importância de dormir bem para a manutenção da saúde mental e, por sua vez, a importância da saúde mental para o equilíbrio da sociedade.
Mas, você já acordou cansado mesmo após longas horas de sono? Nem sempre dormir significa descansar e, além disso, os maus-hábitos podem causar distúrbios que se não tratados corretamente geram inúmeros prejuízos a saúde.
De acordo com estudos da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), 72% dos brasileiros sofrem de distúrbios do sono, sendo a mais frequente a insônia. Já a Associação Brasileira do Sono (ABS) diz que os casos crônicos de insônia costumam ter duração média de 3 anos, podendo estar presente entre 56% a 74% dos pacientes no decorrer do ano, e em 46% deles de forma contínua, o que pode implicar em riscos para o desenvolvimento de outras doenças.
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A insônia é a dificuldade de adormecer ou manter o sono durante a noite, podendo implicar em cansaço, fadiga, falta de atenção, dor de cabeça e outros problemas físicos e mentais. Ainda segundo a ABS, há fatores como a idade, o sexo e a condição socioeconômica colaboram para a identificação da população que sofre com a insônia. O problema é mais comum entre as mulheres, já que há influência hormonal nesse padrão, uma vez que os índices de insônia começam a aumentar nas mulheres - em relação aos homens - a partir da puberdade.
Além das mulheres, é possível que a insônia seja diagnosticada em idosos, com alguns potenciais fatores como o sono mais fragmentado e apresentar mais comorbidades que interferem no funcionamento noturno e diurno devido à idade. Outro grupo que pode ser afetado com o surgimento da insônia é a população de menor poder socioeconômico, entre desempregados e aposentados e viúvos. Nestes casos, não é raro que os pacientes sejam identificados com outros transtornos psiquiátricos e a insônia se apresente como sintoma secundário de outra condição.
Outros distúrbios do sono e como evitá-los
Mesmo a insônia sendo o distúrbio mais frequente, existem outros que também afetam muitas pessoas, como os respiratórios (ronco e apneia), a narcolepsia (sonolência excessiva durante o dia) e o sonambulismo. Em entrevista exclusiva ao DOL, o médico pneumologista com área de atuação em medicina do sono, André Nunes, explica um pouco mais sobre outras doenças recorrentes ligadas ao sono.
“A insônia é a mais frequente, mas existem outras que também ocorrem como as respiratórias, o ronco e a apneia. Outra que tem casos conhecidos é a narcolepsia, que ocorre quando alguém tem uma sonolência excessiva e sente muito sono durante curtos períodos, só passando com cochilos durante o dia de 20 minutos, mais ou menos. Após essa dormida, se sente revigorada. A narcolepsia pode ser confundida com o sonambulismo que também pode se manifestar desde a infância”, conta.
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Durante a noite, se movimentar muito também atrapalha um bom descanso, já que podemos acordar e ter dificuldade em adormecer novamente. “Há ainda os movimentos do sono, como a síndrome das pernas inquietas, que é aquela necessidade que você tem de ficar movimentando as pernas voluntariamente durante o dia. Isso pode acontecer também no sono, mas aí involuntariamente. As pernas se mexem e você acaba tendo um sono fragmentado, prejudicado e de manhã acorda com as pernas cansadas. Aí seria o movimento periódico de pernas durante o sono que pode ou não estar associado em vigília com as pernas inquietas”, completa André.
Distúrbio na Infância
Os distúrbios do sono podem ser evitados com diagnósticos certos desde a infância. É preciso estar atento a noite das crianças, como dormem e se relaxam, especialmente as que estudam de manhã e acordam cedo para a escola.
O médico André também enfatiza alguns cuidados fundamentais para se ter uma noite tranquila e evitar os distúrbios: “Respeite às 8 horas diárias do sono, evite acordar cedo demais e de preferência durma sem despertador. Prevenir precocemente (de preferência desde a infância) com a observação de alguma alteração na rotina da criança, evitar maus hábitos como telas azuis, telas de celular, televisões pelo menos uma hora antes da hora de dormir. Respeite o ambiente de dormir: silêncio, escuro e confortável. Dormir com alguém que ronca é dormir com o ‘inimigo’ já que atrapalha seu sono. Evite atividades cansativas durante a noite como crossfit, musculação, dormir sob efeito de álcool, comidas pesadas a noite que deem má digestão, evite cafeinados a noite (café, energéticos, alimentos com bastante cafeína), guarde a noite para descansar e se houve algum problema durante o dia, deixe para resolver no dia seguinte e não a noite. A insônia é excesso de dia durante a noite”, concluiu.
Repórter: Laura Vasconcelos
"Laura Vasconcelos nasceu em Belém do Pará e é formada em Comunicação Social - Jornalismo pela Universidade da Amazônia (Unama). Escritora, tem dois livros de crônicas publicados, um em 2020 e outro em 2022. Sonha em cobrir uma Copa do Mundo no país sede, entrevistar o BTS e ganhar um Oscar".
Coordenação: Ana Paula Azevedo
“Paraense, formada em Comunicação Social – Jornalismo e mãe do baby Maurício, de 9 meses. Sou apaixonada por pizza e churrasco”.
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