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Como é viver com algum distúrbio do sono? 

O DOL ouviu o relato de duas pessoas que sofrem com algum distúrbio do sono e contam um pouco mais sobre suas experiências.

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Imagem ilustrativa da notícia Como é viver com algum distúrbio do sono?  camera Alguns dísturbios do sono são a Insônia e a Narcolepsia. | (Reprodução)

Conviver com algum distúrbio do sono pode ser desafiador e muito difícil. De acordo com estudos da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), 72% dos brasileiros sofrem de distúrbios do sono, sendo a mais frequente a insônia. Já a Associação Brasileira do Sono (ABS) diz que os casos crônicos de insônia costumam ter duração média de 3 anos, podendo estar presente entre 56% a 74% dos pacientes no decorrer do ano, e em 46% deles de forma contínua, o que pode implicar em riscos para o desenvolvimento de outras doenças.

Porém, esse distúrbio tem causas e sintomas diferentes e, mesmo a insônia sendo o mais frequente, existem outros que apresentam alta incidência como a narcolepsia, o sonambulismo, o ronco e a apneia.

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Os sintomas podem se manifestar de forma diferente em cada um e podem ser causados por alterações biológicas, fisiológicas e psicológicas. A ansiedade e depressão são exemplos que podem desencadear alguns distúrbios.

A professora Laís Fagundes, de 24 anos, conta que foi assim que começou a apresentar sintomas de insônia ainda na infância, entre os seus 5 ou 6 anos. Como estudava no turno da manhã, Laís tinha dificuldade de acordar cedo, além de apresentar outros sintomas como dificuldade para adormecer e manter o sono; apresentava cansaço, falta de atenção e baixo rendimento.

Laís Fagundes tem insônia e ansiedade.
📷 Laís Fagundes tem insônia e ansiedade. |(Reprodução)

A professora conta que a partir dos 12 anos, começou a fazer exercícios de relaxamento para poder adormecer com mais facilidade, até receber o diagnóstico de insônia e ansiedade por um psiquiatra. Foi nesse momento que começou a tomar medicamentos para dormir. Atualmente, Laís não consegue dormir sem a ajuda do remédio para adormecer e tem toda sua rotina planejada de acordo com o medicamento. A professora costuma dormir às 22h e acordar às 6h. Ela contou que não sente sono durante o dia, assim como não consegue descansar no período matutino, somente à noite. Já se o medicamento for suspenso, Laís relata que não sente sono durante a noite.

Por fim, Laís explica que seu quarto é preparado para dormir com colchão específico para relaxamento, sem televisão e outros eletrônicos, sendo um ambiente confortável para sua noite.

Narcolepsia

Um distúrbio do sono que poucos tem conhecimento é a narcolepsia. A narcolepsia é caracterizada pela sonolência diurna excessiva e a rápida indução ao REM, estágio mais profundo do sono.

Uma pessoa com narcolepsia pode apresentar uma vontade de dormir extremamente intensa e irremediável, ainda que tenha acordado descansado pela manhã. Além disso, breves cochilos de 30 minutos podem ser reparadores e até equivaler a várias horas de sono. Atividades mais monótonas e consideradas entediantes tendem a desencadear esses ataques.

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Uma paciente com narcolepsia, que pediu para não ser identificada, contou um pouco sobre sua vivência com o distúrbio. Ela foi diagnosticada definitivamente aos 23 anos, mas os sintomas começaram a se apresentar desde a infância.

“Comecei a ter episódios de perda de memória de eventos e informações com que tive contato nas primeiras horas do meu despertar e a ter sonhos extremamente realistas que, por vezes, eram ‘armazenados’ em meu cérebro da mesma forma que as memórias são, gerando problemas. Entrando, na Faculdade, a sonolência só piorou, e comecei a compensar meu cansaço crônico de forma irresponsável (em parte, por falta de conhecimento) com doses elevadíssimas de cafeína, o que me engatilhou severos episódios de taquicardia, pressão baixa e desmaios”, disse.

Após cortar a cafeína, houve uma maior suspeita de que se tratava de narcolepsia devido a também apresentar ataques súbitos de sono e adormecer profundamente: “Nesse momento, eu já tinha claros sintomas como ataques súbitos de sono (com alguns levando a desmaios), alucinações hipnagógicas, paralisia do sono, início rápido de sono REM (sonhar em breves cochilos) e o que algumas pessoas chamam de "brain fog", uma verdadeira nebulosidade mental que dificulta - ao menos no meu caso - a compreensão do feedback do meu sistema sensorial e gera lentidão de pensamento e atraso em reações. Agendei uma polissonografia e o resultado, combinado com meus sintomas, levou ao diagnóstico da narcolepsia que mudou minha vida”.

Sobre viver com narcolepsia, ela é categórica: “Os remédios foram absolutamente essenciais para a melhoria na minha qualidade de vida, mas que eu só alcancei um equilíbrio e aceitação da minha doença com muita terapia. Até hoje, por vezes, é difícil eu não me culpar por não acordar com meu alarme, por ter esquecido algo que alguém me falou assim que eu acordei, ou por dias de baixíssima produtividade, e o acompanhamento da minha psicóloga é muito importante. Outro elemento crucial para que eu aprendesse a lidar com os sintomas mais ‘ocultos’ da narcolepsia, como a paralisia do sono e os pesadelos vívidos - que podem ser realmente traumatizantes, especialmente quando gravo alguns na memória como se tivesse de fato acontecido e sinto todas as emoções - foi procurar relatos e conversar com outras pessoas que têm Narcolepsia”.

Já sobre a rotina com uso de medicamentos para a narcolepsia, ela explica: “Esses remédios, como eu disse, tratam apenas sintomas e, apesar de me ajudarem muito, eles não chegam perto de me colocar em uma situação similar a de uma pessoa sem narcolepsia. Esse é o tema que mais me causa dor quanto à minha condição: há tratamentos muito superiores para os sintomas da narcolepsia já disponíveis no exterior, como o oxibato de sódio, e que são totalmente inacessíveis a nós aqui no Brasil”.

Ter conhecimento sobre um distúrbio do sono com leituras, pesquisas e especialistas, ajudam não só a entender mais sobre as condições, mas, também, a combater preconceitos e discriminações na sociedade.

Repórter: Laura Vasconcelos

"Laura Vasconcelos nasceu em Belém do Pará e é formada em Comunicação Social - Jornalismo pela Universidade da Amazônia (Unama). Escritora, tem dois livros de crônicas publicados, um em 2020 e outro em 2022. Sonha em cobrir uma Copa do Mundo no país sede, entrevistar o BTS e ganhar um Oscar".

Coordenação: Ana Paula Azevedo

“Paraense, formada em Comunicação Social – Jornalismo e mãe do baby Maurício, de 9 meses. Sou apaixonada por pizza e churrasco”.

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