As doenças cardiovasculares afetam cerca de 14 milhões de pessoas no país, levando 400 mil a óbito, anualmente. Os dados, da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), indicam um cenário desafiador e apontam para uma demanda cada vez maior por especialistas nessa área.
Na região Norte, o desafio é dobrado, por causa do déficit de profissionais. O Pará, com uma população de 8,1 milhões de habitantes, possui apenas 259 cardiologistas registrados no Conselho Regional de Medicina (CRM).
O coordenador nacional da pós-graduação em Cardiologia da Afya Educação Médica, Tiago Bignoto, cita dados que mostram o tamanho do problema na região. Um deles, é o estudo realizado pela Associação Médica Brasileira (AMB) e Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), intitulado “Demografia Médica no Brasil 2023”.
De acordo com esse levantamento, dos 20.324 especialistas em Cardiologia do país, apenas 3,1% estão na região Norte. Os demais estão distribuídos da seguinte forma: 9,7% no Centro-Oeste, 17% no Sul, 17,02% no Nordeste e 53% no Sudeste.
Segundo Tiago Bignoto, a Cardiologia Clínica é a especialidade com uma das maiores demandas, no Brasil. O profissional com essa formação, diz ele, pode atuar em ambulatório, pronto-socorro, terapia intensiva, enfermaria e salas de intervenção.
O coordenador destaca que, para reduzir a defasagem de profissionais cardiologistas no Norte, uma das soluções é o investimento na pós-graduação.
Revolução
Tiago Bignoto ressalta que a Cardiologia vive, hoje, uma verdadeira revolução, com métodos para diagnósticos cada vez mais sofisticados, exigindo constante aprimoramento dos profissionais. “São novos métodos intervencionistas, que trazem a possibilidade terapêutica para vários indivíduos que rotineiramente são encaminhados para cuidados paliativos. Isso muda drasticamente a forma de se fazer Cardiologia. Diante desse panorama, é necessário que mais profissionais estejam preparados para atender a demanda”, afirma.
A Cardiologia, ele explica, é a especialidade clínica que cuida do diagnóstico, tratamento e prevenção das doenças relacionadas ao coração e ao sistema circulatório. Fatores como obesidade, sedentarismo e tabagismo contribuem para que as doenças cardíacas se tornem cada vez mais frequentes, segundo Bignoto.
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A Organização Mundial da Saúde (OMS) considera as doenças cardiovasculares entre as principais causas de morte no mundo, atualmente, alcançando 30% dos casos. As duas principais ocorrências são Acidente Vascular Cerebral (AVC) e Infarto Agudo do Miocárdio (IAM).
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