A Prefeitura de Ananindeua tem negado a contratação de profissionais para acompanhar os alunos com algum tipo de deficiência, embora o direito esteja garantido em lei, fato que tem sobrecarregado ainda mais os professores do município.
Ontem, 15, um grupo de pais, mães e responsáveis pelas crianças, além de representantes dos educadores, esteve na sede da Secretaria Municipal de Educação de Ananindeua (Semed) para cobrar a lotação de acompanhantes para alunos com deficiência (PCD’s) nas escolas. Em algumas unidades existem quatro alunos PCD’s sem qualquer acompanhamento especializado.
“Tenho um filho de 4 anos que estuda na UEI (Unidade de Educação Infantil) Irmã Nair Bezerra, na Guanabara, e estou aqui exigindo o direito do meu filho de ter acompanhante. Já tem mais de um ano que o laudo dele foi deixado na escola, solicitando acompanhante. Não veio no ano passado, nesse ano foi feito pedido novamente. No ato da rematrícula eu, como mãe, coloquei que ele era um aluno PCD e não veio acompanhante até agora”, desabafou Larissa Lima, 28 anos, dona de casa.
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“Isso sobrecarrega a escola e os professores principalmente. São vários alunos PCDs numa sala e não tem como a professora dar conta de tantos alunos. Meu filho é nível 1 de suporte, não quer dizer que é autista leve porque não tem nada de leve, ele tem sensibilidade sensorial, alimentar, dificuldades para usar o banheiro e precisa de um acompanhante. A professora não pode deixar 20 a 23 alunos para acompanhar só o meu filho. Peço por favor, prefeito, olhe pelas nossas crianças que estão precisando de acompanhante, que agilizem esse processo e isso está prejudicando as crianças da escola”, afirmou Larissa Lima.
A reclamação é endossada por professores lotados na unidade de ensino. Gady Mabel, professora, fez duras críticas ao prefeito Doutor Daniel Santos, convidando o gestor a fazer uma visita às escolas do município para conferir de perto a realidade que a classe estudantil e os professores vivenciam.
“O Doutor Daniel Santos tem brincado de educação em Ananindeua e tem negado o direito dos servidores e dos alunos. Na UEI Irmã Nair temos problemas estruturais e de apoio. Falta de material, fossas abertas, o parque das crianças está sem manutenção, e o que tem mais nos prejudicado é a falta de acompanhantes PCDs. Esse direito tem sido negado aos alunos e os professores estão sem apoio. Essas crianças precisam de acompanhante. E falta ainda auxiliar de turma. Nossos alunos não estão sendo atendidos por falta de profissionais e isso prejudica nosso trabalho. Espero que o doutor Daniel Santos deixe de propagandear e venha trabalhar. Venha nas escolas ver o que está acontecendo em Ananindeua”, afirmou.
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Reclamação
- Para Andrea Salustiano, que representou o Sintepp Ananindeua, o problema tem provocado a superlotação das salas de aula e sobrecarregando ainda mais os trabalhadores, além de prejudicar a inclusão dos alunos com deficiência ao acompanhamento e educação de qualidade.
“Já há uma superlotação nas salas de aula, com 4 ou 5 alunos PCDs em cada em vários casos, e eles não estão tendo seu direito à inclusão garantido porque o município de Ananindeua nega a presença de acompanhantes para os alunos que o laudo médico exige”.
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