Em períodos de férias ou mesmo de lazer no final de semana, é grande o número de pessoas que busca se divertir em localidades com piscina, rios, igarapés, lagos, praias ou cachoeiras. Mas é sempre bom ficar atento aos perigos que rondam os momentos de diversão na água.
Além do afogamento, outro grande risco é o mergulho em águas rasas. Em muitos casos, por desconhecer a profundidade do local, a pessoa, pelo entusiasmo do momento, mergulha de cabeça na água e acontece o acidente. Bate a cabeça diretamente no fundo, em uma pedra ou mesmo em um banco de areia, por exemplo.
Danos - O impacto de bater a cabeça durante o mergulho pode levar a consequências graves e até irreversíveis. A vítima pode ficar paraplégica, tetraplégica, apresentar alterações neurológicas, perda de sensibilidade, fraturas, traumatismos, perda de força muscular e até morrer.
"Mesmo com os avanços no tratamento, a prevalência de sequelas nesses pacientes ainda é muito grande. Por isso, a prevenção dos acidentes continua sendo a medida mais importante.”, alerta o neurocirurgião João Paulo Oliveira Costa, especialista em cirurgia da coluna vertebral.
Segundo estudo do Ministério da Saúde, o acidente por mergulho é a segunda principal causa de lesões na medula entre jovens adultos, e mais de 90% dos casos ocorrem no período de setembro a maio.
Um outro estudo publicado pela Rede Sarah de Hospitais de Reabilitação aponta que 09 entre 10 pessoas que sofreram acidente ao mergulhar, ficaram paraplégicas ou tetraplégicas. Ainda de acordo com o estudo, a maioria dos casos ocorre com pessoas do sexo masculino.
- Cuidados antes de mergulhar – especialistas recomendam: é importante que a pessoa procure conhecer o local antes de mergulhar; evite mergulhar de cabeça, principalmente em águas turvas e em locais mal iluminados; evite também aquelas brincadeiras de empurrar o amigo dentro d’água. É importante não consumir bebidas alcoólicas antes do mergulho e nem mergulhar logo após a refeição.
- Sintomas de lesão na coluna – a pessoa que lesiona a coluna pode apresentar náuseas, cefaleia, tonturas, fraqueza e incapacidade de mover os braços e/ou pernas. Além disso, pode ter formigamento ou dormência nos membros e lesão na área abaixo da zona atingida, entre outros sintomas.
- Socorro ao acidentado – De acordo com o neurocirurgião João Paulo Oliveira Costa, que é especialista em cirurgia da coluna, o mais importante é proceder o atendimento no local de forma correta. "A imobilização e transporte adequados são fundamentais.", ressalta.
O indicado é chamar ajuda especializada do SAMU ou do Corpo de Bombeiros. Os leigos devem evitar fazer movimentos bruscos com a vítima para não agravar a lesão, nem mesmo tentar colocá-la sentada, movimentar seus braços e pernas.
Segundo o neurocirurgião, ao chegar na unidade de saúde, a vítima deve passar por exames de imagem para rastrear as possíveis lesões e deve ser atendida por equipe especializada em cirurgia de coluna.
Ele destaca que mobilizações com órteses, trações e cirurgias serão indicadas a partir do estado clínico do paciente e do diagnóstico preciso do tipo da lesão.
Seja sempre o primeiro a ficar bem informado, entre no nosso canal de notícias no WhatsApp e Telegram. Para mais informações sobre os canais do WhatsApp e seguir outros canais do DOL. Acesse: dol.com.br/n/828815.
Comentar