O Estado do Pará alcançou um marco significativo em sua trajetória rumo à sustentabilidade energética. Em cerimônia realizada ontem, no Porto de Vila do Conde, em Barcarena, foi oficialmente entregue o Sistema de Distribuição de Gás Natural (SDGN), um projeto liderado pelo Governo do Pará e executado pela Companhia de Gás do Pará, que prepara, ainda, o Estado para receber a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas, a COP 30, em 2025.
O novo sistema representa um passo crucial na diversificação da matriz energética do Pará, inserindo o gás natural como uma fonte de energia eficiente, segura e menos poluente. Inicialmente direcionado aos setores industrial e termoelétrico, o SDGN é parte de uma estratégia mais ampla de transição energética que visa reduzir a dependência de combustíveis fósseis e as emissões de dióxido de carbono (CO2), além de proporcionar uma energia mais acessível para a indústria local.
MEIO AMBIENTE
O governador Helder Barbalho destacou a importância da inauguração da Central de Distribuição de Gás e os benefícios que o sistema trará, tornando-se um passo decisivo para a consolidação do uso de uma nova matriz energética no Estado do Pará. “Estamos inaugurando uma infraestrutura que permitirá, inicialmente, que as indústrias localizadas no Porto de Vila do Conde tenham pleno acesso ao gás natural. Isso permite que nós possamos implementar uma rede de distribuição, seja através de gasoduto, mas também possam ser distribuídos por veículos, através do transporte rodoviário para as cidades do Estado”, explicou.
Ele também enfatizou o impacto ambiental positivo dessa transição, que vai além da diversificação da matriz energética e que, por um lado, diminui a emissão de dióxido de carbono no ar e, assim, reduzindo a contaminação ambiental. “Estamos, também, reduzindo as emissões de CO2 à atmosfera e diminuindo, portanto, a poluição; e um exemplo disto é apenas a operação da Hydro, que passa a ser integralmente a gás, reduzindo 700 mil toneladas por ano”, detalha o governador. “Isso significa maior redução de uma única operação em todo o Brasil, mudando da queima de combustíveis fósseis para o uso de gás, portanto, uma medida sustentável que colabora com a agenda ambiental do Estado”, complementa.
Fernando Flexa Ribeiro, presidente da Companhia de Gás do Pará, também enfatizou a relevância dessa mudança na matriz energética que, segundo ele, a nova infraestrutura é fundamental para atrair novas indústrias ao Estado, além de ser uma demonstração do compromisso do Pará com a sustentabilidade, especialmente no contexto da COP 30. “Hoje é um dia de mudança da matriz energética do nosso Estado, que ficará marcado na história do Pará. A introdução do gás natural não só traz uma matriz energética de menor custo e menos poluente, como também aumenta a competitividade das indústrias locais”, comentou.
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A entrega do SDGN marca um importante avanço para o setor energético do Pará e fortalece a infraestrutura necessária para o desenvolvimento sustentável da região. Anderson Baranov, CEO da Hydro, destacou a importância da parceria público-privada na viabilização desse projeto. “O gás natural chegou graças a uma parceria estratégica que viabilizou grandes projetos. O governo tem sido fundamental para integrar a indústria à sociedade, o que nos enche de orgulho de fazer parte deste Estado”, declarou Baranov.
EXPANSÃO
O governador ainda ressaltou o potencial de expansão do uso do gás natural em outros setores, como o veicular e domiciliar, prevendo que até o segundo semestre de 2025 o gás estará disponível em Belém, grande centro urbano da Amazônia. “A disponibilidade de gás para postos de gasolina permitirá que os veículos sejam adaptados para gases veiculares, e nós poderemos iniciar o processo de acesso aos domicílios a gás, o que faz com que a população possa, inclusive, reduzir o consumo de energia elétrica, que é um peso importante na vida e no custo à população”, afirmou.
Conforme, ainda, a implementação do cenário deve seguir por outras cidades do Estado, atuando em duas importantes estratégias: a estratégia de gasoduto para a distribuição através de uma infraestrutura plena e também o acesso à gás. Essas ações serão executadas através de veículos, seja por meio rodoviário ou através de balsas. Além disso, a expansão permite um novo modelo de desenvolvimento sustentável, que combina geração de empregos, diversificação econômica e respeito ao meio ambiente.
“Para que, com a distribuição através de caminhões, possamos fazer a conversão deste gás no destino, e interiorizar esta estratégia, Marabá, inclusive, junto com Belém, está entre as cidades prioritárias; e levando para o oeste do Pará, como Almeirim e Santarém, para os locais onde as plantas industriais também requerem alternativas de energia”, acrescenta.
Governador e autoridades conhecem a Estação de Distribuição de Gás Natural da Alunorte
O governador Helder Barbalho e autoridades estaduais e municipais de Barcarena conheceram, ontem (14), a Estação de Distribuição de Gás Natural da Alunorte. A visita técnica fez parte da programação da entrega do Sistema de Distribuição de Gás Natural da Companhia de Gás do Pará. Os visitantes foram acompanhados pelo CEO da Norsk Hydro Brasil, Anderson Baranov, o vice-presidente de operações de Bauxita & Alumina da Hydro, Carlos Neves, e o vice-presidente de Estratégia, Energia e Sourcing, Sandy Sutherland, entre outros executivos.
O Marco de Visita à Estação de Distribuição de Gás Natural da Alunorte reconhece o protagonismo da Hydro na transição energética no estado e o pioneirismo na produção de alumina no Norte e Nordeste do Brasil usando gás natural. Em julho, a refinaria eliminou totalmente o uso óleo combustível pesado para produção de vapor, contribuindo para o processo de descarbonização da operação. A mudança de matriz energética para substituir o óleo combustível pesado pelo gás natural na Alunorte, quando concluída, reduzirá as emissões anuais de CO2 da refinaria em 700 mil toneladas. A execução do projeto é uma etapa fundamental para a estratégia climática da Hydro e o compromisso global de reduzir as emissões de gases de efeito estufa em 30% até 2030.
A Alunorte tem um consumo anual esperado de gás natural de 29,5 Tbtu, substituindo 700 mil toneladas de óleo combustível por ano. “Com este projeto, a Hydro se tornará o maior consumidor individual de gás natural no Brasil. Isso reforça o compromisso da empresa com a mudança do jogo do alumínio e com uma produção com uma pegada de carbono cada vez menor”, declara Anderson Baranov, presidente da Norsk Hydro Brasil.
Para viabilizar este projeto, foram realizadas mudanças significativas nas estruturas da refinaria, com foco específico em instrumentação, automação e segurança de processo.
“Adicionamos as mais modernas tecnologias disponíveis mundialmente para controles e eficiência na operação com gás natural. Estamos muito orgulhosos da jornada para o cumprimento do compromisso de descarbonização da Hydro”, afirma Carlos Neves, vice presidente de Operações da Hydro Bauxita & Alumina.
Cerimônia e contratos
l O evento contou com a presença de diversas autoridades, incluindo o governador Helder Barbalho; a vice-governadora, Hana Ghassan Tuma; o diretor-presidente da Companhia de Gás do Pará, Fernando Flexa Ribeiro; o CEO da Hydro, Anderson Baranov; entre outros.
l O ato foi marcado pelo corte da faixa de inauguração do SDGN e descerramento da placa de inauguração. Logo após, houve a celebração do Contrato de Prestação de Serviço de Movimentação de Gás Natural para empresas como a Celba 2, Portocem e Alunorte; assim como o contrato de Compra de Gás Natural entre a New Fortress Energy e a Companhia de Gás do Pará; além disso, o contrato de financiamento com o Banco da Amazônia.
PARA ENTENDER
l No processo de preparação para receber o gás natural na refinaria, cerca de 800 postos de trabalho foram criados no ápice da obra de implantação do projeto.
l Além disso, ao iniciar a produção de alumina com o uso de gás natural como fonte de energia, a Alunorte cumpre o compromisso da empresa com o Governo do Estado do Pará, conforme acordo para isenção fiscal do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS). A iniciativa também viabilizou a chegada do gás natural na região, possibilitando a atração de outros empreendimentos.
l O investimento de R$ 1,3 bilhão para substituir o óleo combustível pelo gás natural reduzirá equivalente a 30% das emissões de carbono na operação da Alunorte. Ao todo, seis caldeiras de geração de vapor e todos os calcinadores da refinaria irão operar plenamente com a nova matriz energética.
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