Em um episódio que revela a crescente insensibilidade da administração municipal de Ananindeua, o Restaurante Popular da cidade, cuja missão era oferecer refeições nutritivas e acessíveis a preços imbatíveis, permanece fechado há dois anos. Prometido como um espaço de solidariedade e suporte às famílias em situação de vulnerabilidade, o local continua inacessível, gerando frustração e angústia entre os moradores que dependem dele.
O Restaurante Popular, inaugurado em 16 de abril de 2010 como parte do Programa Fome Zero, possuía uma capacidade para servir 1.500 refeições diárias ao custo simbólico de R$2,00. No entanto, após um fechamento anunciado para reformas e uma promessa de reabertura em junho do ano passado, a população se vê em um cenário de descaso.
DESCASO DE DANIEL
Pedro Paulo antunes, trabalhador da avenida Arterial 18, expressou seu descontentamento: “O prefeito Daniel Santos havia garantido que o restaurante seria reformado e reaberto, mas até agora nada foi feito. A comida de lá era excelente, e muitos de nós dependíamos desse espaço para uma refeição de qualidade. Agora, estamos sem opções e pagando muito mais por refeições de menor qualidade em outros lugares.”
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Alexandre Mota Melo, um ex-frequentador assíduo do restaurante, também fez questão de relatar os impactos pessoais da situação. “Eu e meus colegas costumávamos almoçar lá todos os dias. A comida era boa, nutritiva e acessível. Agora, com a falta do restaurante, tenho que desembolsar entre R$ 20 a R$ 30 por refeição em locais onde a qualidade é duvidosa. Isso não é apenas um golpe no meu bolso, mas na minha dignidade.”
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O próprio prefeito Daniel Santos já descreveu o espaço como “fundamental para oferecer uma alimentação saudável e balanceada”. No entanto, a promessa de uma reforma emergencial não se concretizou, e o local continua fechado, sem previsão de reabertura.
QUEIXAS
Além dos moradores, o drama é também sentido pelos funcionários da prefeitura que devem lidar com as queixas incessantes e a crescente desconfiança da população. A Secretaria Municipal de Saneamento e Infraestrutura (Sesan), responsável pelas obras, havia garantido que o restaurante voltaria a operar até junho de 2023, mas a data passou e nada mudou.
Maria Meireles da Silva, uma residente do bairro próximo ao restaurante, resumiu a indignação popular: “O que vemos é uma total falta de respeito. A população precisa desse serviço e o que recebemos são apenas promessas vazias. A sensação é de que estamos sendo ignorados. A comida do restaurante era uma tábua de salvação para muitas famílias e agora estamos abandonados.”
O impasse sobre o futuro do Restaurante Popular de Ananindeua não é apenas uma questão de infraestrutura, mas de uma gestão que parece ter perdido a conexão com as necessidades reais da comunidade. A população clama por respostas e por uma solução que traga de volta a tão necessária segurança alimentar para os que mais precisam.
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