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Pará registra 2 milhões de unidades domésticas

Estudo revela que o Pará conta com cerca de 2 milhões de unidades domésticas, com uma média de 3,3 moradores por domicílio. Censo também revela que 355 mil lares (14,53%) são chefiados por mães solteiras.

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Imagem ilustrativa da notícia Pará registra 2 milhões de unidades domésticas camera Novos dados do Censo Demográfico foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. | Celso Rodrigues/Diário do Pará

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou ontem (25) novos dados do Censo Demográfico 2022, trazendo um panorama sobre a “Composição familiar e óbitos informados (resultados do universo)”. O estudo revela que o Pará conta com cerca de 2 milhões de unidades domésticas, com uma média de 3,3 moradores por domicílio, acima da média nacional, que é de 2,8 moradores diante de cerca de 72 milhões de unidades domésticas.

A maioria dos responsáveis pelos lares no estado tem entre 40 e 59 anos (976 mil pessoas) ou mais de 60 anos (529 mil pessoas). O levantamento também trouxe informações sobre sexo, cor ou raça, além das mortalidades entre 2019 e 2022. Segundo o coordenador técnico do Censo 2022, Luiz Cláudio Martins, o levantamento detalha diferentes formas de composição das unidades domésticas no Pará.

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“Quando chegamos a um domicílio, perguntamos quem é o responsável. Não determinamos que seja o mais velho ou a pessoa de maior renda. Essa atribuição é dada pelos próprios informantes”, explicou.

Em relação à composição das famílias, dos 2 milhões de domicílios registrados no Pará, 841 mil (34,39%) são de predominância de lares formados por casais com filhos em comum, seguidos por lares compostos apenas por casais, que somam 422 mil (17,25%). Já as unidades familiares sem cônjuge, mas com filhos, representam 423 mil (17,30%). O Censo também revela que 355 mil domicílios (14,53%) paraenses são chefiados por mães solteiras, enquanto apenas 67 mil (2,7%) dos domicílios possuem homens na mesma condição.

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A diferença do último dado é de 11,83%, o qual reflete um cenário de desigualdade de gênero, onde as mulheres são frequentemente as únicas responsáveis pelo sustento e cuidados dos filhos. “Majoritariamente, quem está nessa condição no estado do Pará são as mulheres. Elas resolvem as questões do domicílio, e é a provedora financeira; isso chama a atenção, pois revela uma sobrecarga sobre elas”, afirmou o coordenador.

Em 2022, 57,5% dos domicílios no Brasil eram compostos por responsáveis e cônjuges de sexos opostos, totalizando 41,7 milhões de unidades. No Pará, esse percentual foi ainda maior, atingindo 62,48%, equivalente a 1,52 milhão de unidades domésticas.

Quando se trata de casais do mesmo sexo, o Brasil registrou 391 mil domicílios, representando 0,54% do total. No Pará, esse número foi de 10 mil unidades, correspondendo a 0,43% dos lares, um aumento expressivo em comparação a 2010 – quando foram registradas apenas 1.782 unidades (0,02%) –. O levantamento mostrou, ainda, que no Estado paraense havia 907 mil unidades domésticas sem cônjuge, enquanto no Brasil eram 30 milhões.

“O método respeita a pluralidade dos lares paraenses. Vemos, por exemplo, sobre os casais homoafetivos, aquilo que chamamos de tendência. Portanto, houve um crescimento se comparado a dados antigos, como o de 2010”, pontua o especialista.

No que diz respeito à cor ou raça, 69,54% dos responsáveis pelos domicílios no estado se identificaram como pardos, seguidos pelos que se declararam brancos (17,57%), pretos (11,93%) e amarelos ou indígenas (0,66%). Tanto homens (34,84%) quanto mulheres (34,72%) pardos predominam entre os responsáveis.

MORTALIDADE

Em termos de mortalidade, o levantamento revela um total de 131.856 óbitos registrados no Pará entre 2019 e 2022, sendo que 77.184 dessas mortes ocorreram entre homens (58,54%) e 54.672 do feminino (41,46%). A sobremortalidade masculina é especialmente notável entre jovens de 20 a 24 anos, e representa 4,2 vezes mais, com indicação de 425 óbitos masculinos para cada 100 mortes femininas.

Embora o Censo não investigue diretamente as causas dessas mortes, Martins destacou que estudos complementares apontam que fatores como violência e acidentes estão entre os principais responsáveis pelas mortes de homens jovens. “A prevalência de mortes violentas é maior entre os homens”, concluiu.

DOMICÍLIOS UNIPESSOAIS

Os domicílios unipessoais aumentaram significativamente em relação ao último Censo. Em 2022, 13,53% dos lares no Pará eram ocupados por uma pessoa, o que representa 331.119 pessoas vivendo sozinhas; um aumento considerável em relação a 2010, que apresentou 154 mil domicílios unipessoais (8,3%). Destes, em sua maioria, são homens (203 mil); já mulheres, resultam em 127 mil. Para ambos, a faixa etária com maior concentração de pessoas morando sozinhas está entre 40 e 59 anos (39,89%), seguida por aqueles com 60 anos ou mais (21,66%).

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