![Empresários tentam não repassar os reajustes ao consumidor. Mesmo neste cenário complicado, Kevin Pimentel (abaixo) acredita que 2025 será um ano de aprendizado Imagem ilustrativa da notícia Inflação impacta lucro de bares e restaurantes de Belém](https://cdn.dol.com.br/img/Artigo-Destaque/890000/640x360/Inflacao-bares-e-restaurantes-2_00894570_0_-3.webp?fallback=https%3A%2F%2Fcdn.dol.com.br%2Fimg%2FArtigo-Destaque%2F890000%2FInflacao-bares-e-restaurantes-2_00894570_0_.jpg%3Fxid%3D3007965&xid=3007965)
A Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) divulgou nesta semana um levantamento que aponta a dificuldade dos empreendedores do setor em acompanhar o reajuste inflacionário do país, o que tem reduzido suas margens de lucro. Os dados coletados mostram que 26% dos empresários não conseguiram reajustar seus cardápios nos últimos 12 meses, enquanto 63% fizeram reajustes abaixo da inflação ou apenas a acompanhando. No mesmo período, a alimentação no domicílio registrou alta de 7,45%, enquanto a alimentação fora de casa subiu 6,74%, segundo o IBGE.
Em Belém, a inflação também impacta o setor de bares e restaurantes, mas boa parte dos reajustes acaba sendo absorvida pelos empreendedores. Sérgio Trindade, proprietário de dois restaurantes no bairro do Marco, especializados em carnes nobres como filé bovino, picanha e alcatra, destaca que o preço das proteínas tem sido o maior desafio do seu negócio.
“O filé, há quatro ou cinco meses, custava cerca de R$ 55. No início de dezembro, subiu para R$ 70 e chegou a R$ 72. Não conseguimos repassar esse aumento porque é um valor muito alto. Já trabalhamos com o que chamamos de preço justo, buscando fornecedores com preços acessíveis para manter um valor razoável para o cliente, sem comprometer a qualidade”, explica.
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Outro fator que preocupa Trindade é o custo do frete dos insumos, impactado pelo reajuste dos combustíveis. Ele também tem participado de reuniões da Abrasel para preparar seu negócio para os financiamentos da COP 30. No fim do ano, conseguiu um financiamento com juros baixos no Banpará, o que tem ajudado a manter o estoque com fornecedores mais acessíveis. Além disso, pretende realizar reformas nos espaços físicos.
O empresário destaca ainda a importância do delivery. Segundo ele, o principal aplicativo de entregas do país é uma ferramenta essencial para alcançar mais clientes, mas alerta que é preciso estudar sua dinâmica para evitar prejuízos.
Otimismo
Outro empresário que enfrenta desafios semelhantes é Kevin Pimentel, dono de uma churrascaria na Travessa Antônio Barreto, no bairro de Fátima. Ele busca equilibrar o impacto da inflação sem repassar todo o aumento ao consumidor.
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“Fazemos o possível para que os clientes não sejam tão afetados. Sabemos o quanto a inflação impacta a nossa vida como empresários, mas também somos clientes. Tentamos encontrar um meio-termo para minimizar os impactos tanto para nós quanto para o consumidor”, afirma. Apesar dos desafios, Pimentel mantém uma visão otimista para o futuro.
“2025 será um ano de muito aprendizado e oportunidades. Muitas empresas estão se reestruturando, ampliando suas equipes e investindo para receber um público que Belém nunca recebeu. Ainda não sabemos como será essa experiência, mas estamos nos preparando para isso”, conclui.
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