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EDITORIAL

Colunista escorrega na ironia e escancara o preconceito contra a Amazônia urbana

A opinião de Giovanna Madalosso mostra que ainda é preciso romper com estigmas sobre a Amazônia urbana. Coluna na Folha minimiza os desafios reais de uma cidade amazônica que se prepara para um evento global.

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Imagem ilustrativa da notícia Colunista escorrega na ironia e escancara o preconceito contra a Amazônia urbana camera Belém não é exótica, é estratégica: obras em andamento para preparar a cidade e sediar a COP30 em 2025. | (Bruno Cecim/ Agência Pará)

Por muito tempo, o Brasil olhou para sua região Norte com lentes embaçadas por estereótipos e ignorância. A recente coluna da escritora Giovanna Madalosso, publicada nesta segunda-feira (6) na Folha de S.Paulo, é apenas mais um exemplo desse vício de percepção. Ao comentar, com ironia, sobre a adaptação de um empreendimento em Belém para funcionar como hotel durante a COP30, Madalosso não só demonstrou desconhecimento sobre a realidade da cidade amazônica, como também reforçou visões preconceituosas que há muito deveriam ter sido superadas.

A autora abre seu texto com o título: “Estou doida para ir para um motel” — numa referência ao estabelecimento que será adaptado para suprir a demanda por leitos durante o evento climático. Logo em seguida, escreve que já imagina "o cientista do clima na cama redonda". A tentativa de humor, aqui, desconsidera completamente o esforço de uma cidade que, mesmo sem estrutura hoteleira comparável à de metrópoles como São Paulo ou Rio de Janeiro, está mobilizada para receber um dos eventos mais importantes do planeta.

Madalosso trancou o seu perfil no Instagram após a enxurrada de críticas.
📷 Madalosso trancou o seu perfil no Instagram após a enxurrada de críticas. |Reprodução/Instagram

Não é a primeira vez que Giovanna Madalosso se envolve em polêmicas relacionadas a generalizações apressadas e ofensivas. Em 2023, ela foi amplamente criticada após publicar uma coluna em que associava, de forma leviana, a cidade de Pomerode, em Santa Catarina, ao nazismo. A acusação foi considerada uma fake news por especialistas e moradores locais, que apontaram o erro histórico e o preconceito embutido na afirmação. O episódio, assim como o recente texto sobre Belém, evidencia uma recorrente falta de sensibilidade da autora ao tratar de regiões que fogem ao eixo cultural dominante do país — sempre com um verniz de ironia que, na prática, apenas disfarça visões elitistas e estereotipadas.

Colunista escorrega na ironia e escancara o preconceito contra a Amazônia urbana
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A COP30 é, antes de tudo, uma oportunidade. Para Belém, para a Amazônia, para o Brasil. E também uma chance para o restante do país repensar suas lentes, escutar outras vozes e enxergar que o Norte não é uma caricatura — é uma região complexa, rica, potente. Talvez seja esse o maior desconforto para quem insiste em olhar o Brasil de cima para baixo.

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