
O novo levantamento divulgado ontem (8) pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos do Pará (Dieese/PA) mostra que no mês de abril passado - e pelo quarto mês consecutivo -, o custo total da cesta básica de alimentos dos paraenses voltou a ficar mais caro.
No mês passado, o gasto total com a cesta básica de alimentos comercializada em Belém ficou cerca de 3,02% mais elevado que o valor registrado no mês de março. Ainda conforme o Dieese/PA, no mês de abril a cesta de alimentos custou R$ 726,21.
O supervisor técnico do Dieese/PA, Everson Costa, ressalta que a cesta básica continua apertando o orçamento dos paraenses, registrando prosseguimento de alta nos quatro primeiros meses de 2025. “Cabe destacar que alguns produtos foram vilões e responsáveis por esse aumento significativo, como o tomate, que foi o produto que mais subiu de preço no mês passado ao atingir um aumento de mais de 15%.”
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Dos 12 itens que compõem a cesta dos paraenses, os maiores aumentos de preços em abril foram registrados no tomate, com alta de 15,58%, seguido do café, que subiu de preço em 7,63%, e o açúcar que teve o valor elevado em 6,34%. Ainda no mês passado, os maiores recuos de preços ocorreram no óleo (-6,04%), arroz (-4,32%) e manteiga (-1,03%).
Everson Costa explica que Belém teve a terceira maior alta acumulada no ano no preço da cesta básica dentre as 17 capitais pesquisadas pelo Dieese, tendo a 12ª cesta mais custosa. “Esse retrato do aumento dos preços dos alimentos básicos no Pará segue em alta para os meses de maio e junho. Portanto, até o final desse primeiro semestre novas elevações de preços vão ocorrer”, afirmou.
A gestora escolar Geralda Borcem, 64, compra semanalmente café para casa e para a escola onde trabalha, sendo o item indispensável na rotina da família e no ambiente de trabalho. Borcem afirma que os preços do café, dependendo da marca e do supermercado, apresentam muita diferença. “O negócio é pesquisar se quiser uma marca boa e de bom preço. Supermercados pequenos de bairro são uma opção”, explicou.
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Já a aposentada Maria dos Anjos, 78, diz que sente que cada vez mais os itens da cesta básica estão subindo de preço. “O tomate está caro, a cebola também. O café e a batata idem. Porém, não dá pra ficar sem”, diz a aposentada que realiza compras semanalmente para casa.
Dona Maria recomenda que as feiras como opções para quem busca preços mais em conta. “Se correr o bicho pega, se ficar o bicho come”, brinca a aposentada sobre a constante elevação dos preços de alimentos da cesta básica.
Ainda de acordo com Everson Costa, a cesta básica comprometeu quase 52% do salário mínimo, resultando em dificuldades para famílias que vivem com apenas com a renda de um salário. “Implica grande dificuldade para dar conta das outras despesas como aluguel, contas de água, luz e demais gastos que são necessários para a sobrevivência de uma família. Ao levarmos em consideração os custos com alimentação que contemple uma família de dois adultos e duas crianças, esta cesta básica deveria, no mínimo, alcançar o valor de mais de 1.200 reais.”
PARA ENTENDER VARIAÇÃO De 12 ITENS EM ABRIL 2025
- Tomate (quilo). Preço: R$ 10,61. Variação no mês: 15,58%
- Café (quilo). Preço: R$ 72,89. Variação no mês: 7,63%
- Açúcar (quilo). Preço: R$ 5,87. Variação no mês: 6,34%
- Farinha (quilo). Preço: R$ 11,23. Variação no mês: 3,31%
- Pão (quilo). Preço: R$ 16,76. Variação no mês: 3,01%
- Leite (litro). Preço: R$ 8,21. Variação no mês: 2,88%
- Feijão (quilo). Preço: R$ 5,68. Variação no mês: 0,89%
- Banana (dúzia). Preço: R$ 10,60. Variação no mês: -0,47%
- Carne (quilo). Preço: R$ 41,89. Variação no mês: -0,92%
- Manteiga (quilo). Preço: R$ 65,20. Variação no mês: -1,03%
- Arroz (quilo). Preço: R$ 6,65. Variação no mês: -4,32%
- Óleo (garrafa 900ml). Preço: R$ 9,49. Variação no mês: -6,04%
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