Currículo e entrevista: como se preparar na busca pelo estágio?

Um currículo claro, objetivo e bem estruturado é a porta de entrada para uma oportunidade para quem busca uma vaga de estágio. De acordo com a especialista em Gente e Gestão, Geni de Paula, o candidato deve prestar atenção aos detalhes no documento, muitas vezes negligenciados, como contato, endereço, disponibilidade, período e previsão de término do curso. A ausência de uma dessas informações básicas pode colocar o candidato no final da fila de seleção ou até mesmo desclassificá-lo.

“Em um processo de recrutamento atual, eu recebo, dependendo da empresa, em média, de 400 a 500 currículos. São currículos que chegam sem identificação correta. Pegamos currículo impresso sem telefone de contato, sem a disponibilidade de horário, a pessoa coloca o curso, mas não diz se é presencial ou híbrido, tem pessoas que não colocam o endereço e fica difícil saber em qual unidade da empresa a gente coloca. Recebo muitos currículos e os que estão inadequados vou eliminando e só volto para eles quando não tenho mais opção. Às vezes são currículos muito bons, mas que não tem todas as informações necessárias”, revelou a especialista.

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Candidatos a estágio, geralmente, estão em busca do primeiro contato prático com a profissão, tendo pouca ou nenhuma experiência no mercado de trabalho. Nesses casos, segundo Geni de Paula, cursos complementares e trabalhos voluntários ou solidários não remunerados são um forte diferencial para esses candidatos. Isso demonstra que o estudante é comprometido com o aperfeiçoamento profissional antes mesmo de chegar na parte prática.

“Isso é um passo muito grande para um candidato porque muitos esquecem que ir atrás de conhecimento, mesmo sem remuneração, é um pagamento que ninguém vai dar. Isso mostra que a pessoa busca qualificação mesmo sem estar no mercado de trabalho. Isso também demonstra que a pessoa é disponível a aprender, proativa e que pensa no coletivo, e que, apesar de não ter a prática, ela está em busca da teoria para fortalecer a prática quando isso acontecer”, afirma a gestora de Recursos Humanos.

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A forma de se portar em uma entrevista de estágio também é uma etapa essencial para seleção a vaga. “Muitas vezes, a pessoa não sabe quem é a empresa. As pessoas chegam no local e nem sequer checam o que a empresa faz. Eu escolho a empresa que eu vou trabalhar, assim como a empresa também me escolhe. O segundo ponto é chegar atrasado e ficar dando desculpa, dizendo que o trânsito está um caos, que não sabia o endereço ou que estava chovendo. Terceira falha é a apresentação pessoal. Temos muito cuidado para falar disso porque cada pessoa tem o seu estilo, mas já teve candidato que chegou com bermuda e chinela de dedo para entrevista ou com roupa extremamente sensual. Esses candidatos correm o risco de serem eliminados logo na portaria”, alerta de Paula.

Em contrapartida, para se destacar em uma entrevista de estágio é preciso “ser muito sincero e transparente durante o recrutamento, sem resposta maquiada ou resposta pronta. A gente sabe que ele não tem muita experiência, muito conhecimento técnico, mas tem muita bagagem para aprender no começo. Então, é preciso ter sinceridade e mostrar que quer estar ali naquela empresa”, afirma a pós-graduada em Gestão de Pessoas.

EXPERIÊNCIA

Passada a seleção, é preciso saber aproveitar a oportunidade de experiência na futura área de atuação. Estar disponível para aprender e conhecer o trabalho de diferentes setores são algumas das formas de aumentar o conhecimento e melhorar o currículo para próximas oportunidades.

“Dentro de uma empresa todo mundo quer ter um cargo e um salário melhor, mas nem sempre estão disponíveis para aprender e rodar a empresa e conhecer a rotina de cada setor. A lei nos limita na questão do horário, mas se a empresa precisar em um horário diferente, a pessoa pode se disponibilizar. Se disponibilizar é ser parceiro da empresa. Isso deixa claro para empresa que se ela precisar, você pode ficar, mas se precisar ausentar ela também te dará essa liberação. Apesar de eu não ter grandes conhecimentos técnicos, essa proatividade mostra muito mais do que uma pessoa que tem duas ou três faculdades no currículo”, conclui Geni de Paula.

Redes sociais e oportunidades

Atualmente, as redes sociais são as principais ferramentas de mapeamento de oportunidades de estágio. Grupos especializados em plataforma como WhatsApp, Instagram e LinkedIn também são espaço para compartilhamento dessas vagas na internet. Por isso, a recomendação é seguir pessoas que fazem a divulgação de forma séria e competente. “Nas redes sociais, as pessoas além de terem acesso a vagas de estágio, podem compartilhar entre amigos e conhecidos. Hoje, no LinkedIn e Instagram profissional tem muita oportunidade sendo publicada. Mas também tem muita gente de uma geração mais jovem, entre 20 e 30 anos de idade, que passa muito tempo em rede social, mas falta foco para achar trabalho”, disse a pós-graduada em Gestão Empresarial.