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SAÚDE MENTAL

Atividade física é aliada dos idosos na luta contra a depressão

Manter o corpo em movimento, apontam estudos, ajuda a reduzir os sintomas depressivos. De acordo com pesquisa de 2019 do IBGE, a doença atinge cerca de 13% da população entre 60 e 64 anos de idade

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Imagem ilustrativa da notícia Atividade física é aliada dos idosos na luta contra a depressão camera Cada movimento na busca pela saúde mental é um passo para viver bem, com alegria, cuidado e redescobrimento | Freepik

Mais do que um hábito saudável, a prática regular de exercícios físicos é uma importante ferramenta no enfrentamento da depressão, principalmente entre pessoas idosas. Estudos indicam que manter o corpo em movimento ajuda a reduzir sintomas depressivos, melhora a autoestima e fortalece o vínculo social. Especialistas reforçam que a busca pela saúde mental é um caminho para qualidade de vida e que cada movimento é um passo para viver bem, com alegria, cuidado e redescobrimento.

Uma pesquisa recente do Instituto Ipsos revela que 45% dos brasileiros sofrem de ansiedade, com predominância entre mulheres e jovens. Dados ainda apontam que 19% da população já declarou enfrentar depressão. Segundo o último levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de 2019, a doença atinge cerca de 13% da população entre 60 e 64 anos de idade. Entre 2013 a 2019, a doença cresceu 48% entre pessoas a partir de 75 anos. Em 2021, o número de idosos no Brasil chegou a 31,2 milhões, o equivalente a 14,7% da população. A expectativa é que esse número dobre até 2050.

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De acordo com a psicanalista Flávia Anjos, vice-presidente do Instituto Sow Saúde Integral, o envelhecimento traz uma série de questões para os indivíduos, como a redução da produtividade e o distanciamento das relações sociais, fatores importantes para o surgimento de doenças, principalmente a depressão. “É um momento da vida em que a pessoa pode se sentir mais excluída, colocada de lado, como se tudo o que ela fizesse estivesse ligado à produção, ao que pode fazer. É aí que podem acontecer os prejuízos, a família pode deixar esses idosos um pouco de lado, sem que participem das interações, sem saber dos problemas”, aponta.

Com os distanciamentos familiar e afetivo, os idosos podem ficar mais entristecidos, apáticos e aparentemente fatigados. Outros indicativos da depressão envolvem sinais no próprio corpo, como muita impaciência, irritabilidade, choro excessivo e até mesmo ganho ou perda de peso. “É importante observar os idosos no sentido dos aspectos físicos. Observar se ele está mais irritadiço, impaciente, tem explosões de humor ou está muito calado, apático, fica deitado, não tem ânimo para realizar qualquer atividade que seja, mesmo aquelas que ele gostava de fazer, se muitas vezes dorme demais. São aspectos que a depressão traz”, indicou a especialista.

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PILARES

O tratamento eficaz da depressão muitas vezes se apoia em três pilares: suporte médico, psicoterapêutico e a prática regular de exercícios físicos. A depender do estado depressivo, os pacientes primeiramente necessitam de tratamento medicamentoso para estimular o cérebro a ter satisfação e ânimo nas atividades diárias, incluindo se exercitar. Dessa forma, o tratamento terapêutico funciona como um “trabalho de fortalecimento e autoconhecimento para que o paciente saiba lidar com os altos e baixos da vida, sabendo identificar quais caminhos ele seguiu para que se instalasse um quadro ansioso ou depressivo”, explicou a psicanalista. Em contrapartida, as atividades físicas regulares desempenham papel complementar aos tratamentos convencionais, estimulando a sensação de bem-estar no paciente.

“A atividade física regular mexe com a cognição, mexe com a memória, mexe com a parte dos neurotransmissores, contribui para a melhora do humor, da energia, da disposição. É uma atividade muito importante para trazer tudo isso ao idoso e melhorar uma série de questões cognitivas e emocionais”, afirma Flávia Anjos.

Liberação de hormônios nas atividades reduzem sintomas de apatia, explica especialista

A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que a população mundial com mais de 60 anos será de 2 bilhões até 2050, representando um quinto da população global. Atualmente, pessoas nessa faixa etária são 841 milhões no mundo inteiro. De acordo com a profissional de Educação Física Milena Varella, especialista em Longevidade, a projeção joga luz para a relevância em pensar formas de lidar com o envelhecimento saudável, já que a prevalência de alguns transtornos mentais também cresce com a longevidade.

RASTREIO

Segundo a Organização Pan-Americana de Saúde (Opas/OMS), a depressão é um transtorno mental bastante frequente, acometendo mais de 300 milhões de pessoas, de todas as idades, em todo o mundo. É também a principal causa de incapacidade, contribuindo para a carga global de doenças, causando disfunção no trabalho, escola e no meio familiar.

Nesse cenário, a educadora física aponta que alguns fatores que levam a depressão em idosos estão também relacionados com a baixa escolaridade, pobreza, dor crônica, perda de produtividade e aparecimento de doenças inerentes à idade, erroneamente associados ao envelhecimento, o que ocasiona no subdiagnóstico desses casos.

“No idoso não se manifesta como tristeza propriamente, podendo se manifestar de diversas formas, como alterações do sono, apetite, lentificação psicomotora, perda de interesse em algumas atividades antes prazerosas, alguns sintoma cognitivos, perda de memória e raciocínio. É muito importante fazer um rastreio de até onde é a perda fisiológica ou a depressão. Muitos casos de demência podem ser, na verdade, um quadro de depressão que não foi tratado, o que chamamos de pseudodemência depressiva. A depressão impacta na qualidade e na quantidade de vida do idoso. Se ele tem aquela doença crônica, a depressão vai piorar o quadro dessa doença, como diabetes e hipertensão”, esclarece.

ESTRATÉGIAS

Entre as estratégias de intervenção, a prática de atividades físicas é uma das principais aliadas na superação de um quadro depressivo. Isso porque, conforme a especialista em Longevidade, os exercícios promovem a liberação de hormônios que reduzem drasticamente os sintomas de apatia, com a liberação de neurotransmissores, como a endorfina, dopamina, serotonina e noradrenalina, além de BDNF, que promove o crescimento e plasticidade dos neurônios, estando estreitamente ligados à memória e o humor, também contribuindo para a remissão dos sintomas.

“Se o idoso está muito deprimido, ele não consegue nem estar inserido em uma rotina de exercícios físicos. Mas é importante que o idoso procure acompanhamento médico combinado com a prática de exercícios. Os exercícios aeróbios e de força reduzem a depressão em idosos. Além disso, participar de programas de exercícios adaptados à idade, manter a rede social, familiar, amigos, participar de projetos comunitários ativos, fazendo fazendo exercício físico, se alimentando bem, tendo o controle das doenças crônicas, o manejo da dor, melhora da mobilidade e acesso ao suporte psicológico com uma terapia adaptada para a faixa etária”, recomendou Varella.

COMO EVITAR A DEPRESSÃO EM IDOSOS

Segundo a psicanalista Flávia Anjos, os familiares podem evitar que os idosos entrem em um quadro depressivo ao promover o bem-estar social, físico e emocional. “É preciso que a família esteja presente, seja atuante, que faça o idoso participar de conversas, que leve para passear, que participe de momentos em família, conte sobre as experiências dele. É importante também que ele aprenda atividades que mexam com as habilidades, como aprender uma atividade manual, a tocar um instrumento, caso tenha condições para isso; fazer palavras cruzadas, atividades que mexam com a memória, além da atividade física dentro daquilo que o idoso tenha capacidade de fazer”, indicou.

Outra orientação importante é estimular que o idoso mantenha a rede de contato com amigos e conhecidos e faça atividades que o tirem de uma rotina solitária. “É importante que ele mantenha a sua rede de contatos com os amigos, que consiga ir em um café para ter uma conversa com eles, frequente um baile de terceira idade que traga alegria e bom humor, que haja um ganho emocional, faz com que a pessoa se sinta viva. Procurar por um médico psiquiatra, um psicanalista são os meios usuais, mas começar a ir para esses espaços, se reunir com outras pessoas, falar sobre a saúde mental pode ser um meio para construir uma corrente de apoio que ajuda a pessoa a enxergar que muitas outras da mesma faixa etária passam por coisas parecidas”, recomenda Flávia.

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