
Cerca de dois milhões de brasileiros convivem com a doença celíaca — condição autoimune e crônica que provoca intolerância ao glúten, proteína presente em cereais como trigo, cevada e centeio. Apesar da alta prevalência, a Federação Nacional das Associações de Celíacos do Brasil (Fenacelbra) aponta que a maioria dos casos ainda não recebeu diagnóstico.
A condição pode se manifestar em qualquer idade, a partir de uma predisposição genética. Quando não tratada, a doença compromete a absorção de nutrientes no intestino delgado e gera impactos tanto na saúde física quanto emocional.
Os sinais da doença celíaca são diversos e nem sempre fáceis de identificar. Entre os mais comuns estão distensão abdominal, fadiga, anemia, diarreia crônica, além de dores articulares, problemas de pele e enfraquecimento ósseo, como osteoporose. Em crianças, o quadro pode ainda afetar o crescimento.
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E um alerta: a gravidade dos sintomas costuma ser proporcional ao tempo sem diagnóstico. “O acompanhamento nutricional adequado é fundamental desde o início”, reforça Simone Silva, professora do curso de Nutrição da Universidade da Amazônia (Unama). Segundo a docente, o impacto na alimentação é um dos principais desafios enfrentados por quem recebe o diagnóstico. A reeducação alimentar deve ser rigorosa e permanente, o que exige atenção redobrada no dia a dia, especialmente durante viagens ou refeições fora de casa.

“Evitar a contaminação cruzada é crucial. Isso ocorre quando alimentos naturalmente sem glúten entram em contato com produtos que contêm a substância, o que pode provocar sintomas sérios”, explica a nutricionista. Ela recomenda observar sempre rótulos e selos identificadores, e buscar alimentos certificados como “sem glúten”.
“Hoje o mercado já oferece opções como pães, massas, bolachas e bolos específicos para celíacos, o que facilita a adesão à nova rotina alimentar”, indica Simone.
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ALIMENTAÇÃO
Ainda não existe cura para a doença celíaca - isso significa que a alimentação é o único tratamento comprovadamente eficaz. “Ao seguir uma dieta 100% livre de glúten, as vilosidades do intestino delgado se regeneram, o que melhora a absorção dos nutrientes e reduz os sintomas”, justifica a professora, insistindo que o apoio de um nutricionista é indispensável para equilibrar o plano alimentar, prevenir deficiências de vitaminas e minerais, e promover uma adaptação tranquila ao novo estilo de vida.
Quem vive em regiões de clima quente, como o Pará, não está fadado a desenvolver a doença por conta das altas temperaturas, mas em paralelo pode enfrentar desafios adicionais. “O calor intenso pode afetar a digestão e a hidratação, aumentando o desconforto e até influenciando o sistema imunológico”, observa a nutricionista. “A dificuldade para dormir e o cansaço constante são fatores que podem intensificar o mal-estar, exigindo ainda mais cuidado com a saúde”, finaliza.
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