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TURISMO

Esportes de aventura: Bombeiro dá dicas de equipamentos e segurança

Quem, de alguma forma, lida com esportes envolvendo natureza e algum tipo de risco garante que não é possível pensar em nenhum tipo de prática sem ter a segurança em primeiro lugar.

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Imagem ilustrativa da notícia Esportes de aventura: Bombeiro dá dicas de equipamentos e segurança camera Esportes de aventura garantem uma emoção à parte, mas exigem dos praticantes e organizadores atenção a eventuais perigos. | Visitmsoficial/Divulgação

Também conhecidos como esportes radicais, os esportes de aventura são atividades físicas praticadas em contato com a natureza, envolvendo riscos calculados e que demandam preparo físico e emocional. Essas atividades geralmente acontecem em ambientes como montanhas, rios, florestas e céus, proporcionando adrenalina e contato direto com o meio ambiente. Os praticantes garantem que a sensação é indescritível, mas para garantir que nada saia do controle, é preciso planejamento, uso de equipamentos de segurança e respeito aos limites do corpo e do ambiente.

“Ao realizar a prática de um esporte de aventura, a pessoa deve conhecer bem o local da atividade, procurar profissionais experientes para a prática, usar sempre equipamentos de proteção individual, estar em boas condições físicas, evitar práticas sozinho e informar familiares ou amigos sobre o percurso e horário de retorno”, orienta o tenente Pedro Alencar, integrante da Coordenadoria Estadual de Defesa Civil (Cedec) do Corpo de Bombeiros Militar (CBM-PA). É inclusive uma das funções da corporação as vistorias preventivas, ações educativas, campanhas de conscientização e orientações diretas aos praticantes e empresas. Em eventos organizados, o CBM-PA pode atuar na análise de planos de segurança e no apoio preventivo.

De acordo com o Ten. Alencar, existem algumas legislações específicas que devem ser seguidas - como as normas técnicas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), a NBR ISO 21101, que estabelece os requisitos para um Sistema de Gestão de Segurança (SGS) para empresas de turismo de aventura, além de legislações estaduais e municipais. Também devem apresentar plano de gestão de riscos, ter condutores capacitados e garantir o uso de EPIs, os equipamentos de proteção individual.

“Os EPIs são fundamentais para reduzir lesões e salvar vidas em caso de quedas, escorregões, impactos ou outros acidentes. Eles garantem maior segurança e permitem que a atividade seja praticada com menor risco”, justifica o bombeiro militar.

Prevenir é essencial

Dentre os cuidados que devem ser tomados na escolha de empresas ou condutores que oferecem esse tipo de atividade, cabe verificar se a empresa é legalizada, se os condutores são certificados, se os equipamentos são adequados e em bom estado, e se há plano de emergência. Vale muito consultar as avaliações de outros clientes que tiveram experiência com determinada empresa.

Os acidentes mais comuns registrados durante a prática de esportes de aventura, segundo o tenente, são quedas, fraturas, torções, afogamentos, males súbitos e desorientação em trilhas. Em algumas modalidades, há também risco de choque térmico e acidentes com animais peçonhentos.

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No Pará, as ocorrências ao CBM são corriqueiras, e quando ocorrem são especialmente em regiões turísticas com trilhas, cachoeiras, rios e montanhas. “O resgate é feito com equipes especializadas em salvamento terrestre, aquático ou em altura. Pode envolver técnicas de rapel, uso de embarcações, drones, GPS e, em alguns casos, apoio aéreo com helicóptero”, detalha o Ten. Alencar.

“Em caso de acidente, o Corpo de Bombeiros deve ser acionado pelo 193 e a localização deve ser informada com o máximo de detalhes. Então é recomendado, até a chegada do resgate, que a pessoa mantenha a calma, se proteja o máximo possível do frio ou calor, não se movimente em caso de suspeita de fratura ou lesão na coluna, e em caso de uma situação de grupo, que seja oferecido apoio emocional durante a espera”, recomenda.

Planejamento e checagem dos equipamentos de segurança evitam problemas

O condutor de turismo de aventura Daniel Silva possui, desde 2022, uma empresa especializada em oferecer atividades como rapel, tirolesa, boia cross, trilhas, passeios diversos e até experiências de sobrevivência na selva. Ele explica que, para exercer a função de condutor de turismo de aventura, se submeteu a um curso preparatório que lhe deu a certificação para a atividade, emitida pela Associação Brasileira de Ecoturismo e Turismo de Aventura (Abeta).

Daniel garante que, antes de começar a fazer qualquer atividade que seja, faz um roteiro de todo o evento, de tudo o que vai ocorrer em cada momento de toda a ação. Depois tem o checklist do material, a confirmação de que tudo está em plena condição de uso, é feito ainda um treinamento e verificação de material de primeiros socorros. O Parque do Utinga, em Belém, é um dos locais onde ele mais atua.

“A checagem dos equipamentos a gente faz uma semana antes de qualquer evento. Como as atividades no Utinga são feitas todos os finais de semana, na quarta-feira já verificamos se está tudo correto, se está com alguma falha, fazemos os testes, principalmente o teste de peso, para saber se o mosquetão [item de segurança em forma de anel metálico] vai estar fechando, se a cadeirinha está em boas condições de uso. Então é feita toda a parte de vistoria e também existe um Sistema de Gestão de Segurança, que chamamos de SGS, e nele registramos tudo o que é feito, materiais usados, se algo deu defeito, medidas que precisam ser tomadas”, lista.

Além da cadeirinha, outros itens de segurança muito usados por Daniel são o capacete e luva, e dependendo da atividade, o freio 8, para o caso de escalada e rapel, e a roldana para a prática da tirolesa. A previsão do tempo é um dos grandes guias de todo o trabalho. “Nos guiamos por fontes confiáveis, como o Climatempo, o Windy e o próprio Instituto Nacional de Meteorologia. E aí vai depender de como estará o dia. Se estiver chovendo muito forte, por exemplo, todas as atividades são suspensas”, afirma Daniel.

É feito também um mapeamento prévio de todo o terreno onde a atividade será realizada e uma espécie de checklist local, que também é incluído no SGS. “Lá a gente informa todos os riscos, se o terreno está regular ou irregular, e é uma averiguação feita semanalmente”, complementa.

Para todos

Ele explica que, dependendo do público, são feitas adaptações nas atividades. “Quando envolve crianças e idosos, a atenção é máxima, a gente acompanha mais de perto, em algumas a gente ajuda ali ao lado ou a gente faz uma adaptação para que todos consigam praticar com o maior conforto e segurança possíveis”, destaca.

E claro, nem tem como imaginar uma prática como essa sem antes uma boa conversa com quem vai participar. “Temos um papo bem direto, para saber se a pessoa está acima do peso, se tem alguma doença cardíaca, respiratória, se tem mobilidade reduzida. Mas nada disso é excludente, é mais para entendermos qual atividade é mais adequada para cada público. O bóia cross, por exemplo, é uma atividade de aventura, é um passeio aquático com risco reduzido, tanto que é uma das mais procuradas por quem vai ao Parque do Utinga”, revela. O pulso firme é item indispensável durante toda a ação, principalmente quando algum participante insiste em se colocar em maior risco.

Daniel revela que já enfrentou várias situações de emergência, quase sempre relacionadas à prática do arvorismo, que ele oferece no Parque dos Igarapés, no distrito de Outeiro. E que em todos os casos, a prevenção e o cuidado com a segurança salvou o dia, em todos os casos.

“Já ocorreu de alguns clientes caírem da escada, mas ficavam sempre pendurados com uma fita que faz parte do equipamento de segurança. Por conta disso, rapidamente conseguimos resgatar. Já aconteceu também de a pessoa não conseguir subir, então a gente fez uma amarração para descê-la de rapel”, relembra o condutor.

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