
Com o som forte e simbólico do “Sino da Vitória” ecoando pelos corredores do Hospital Oncológico Infantil Octávio Lobo (Hoiol), em Belém, Samuel Mendes, de 15 anos, celebrou o fim de uma longa e desafiadora batalha contra o câncer. Natural do município de Breves, no arquipélago do Marajó, o jovem enfrentou oito anos de tratamento contra a Leucemia Linfóide Aguda (LLA) e agora festeja a cura com planos de seguir estudando e se dedicando ao esporte favorito, o vôlei.
Samuel chegou ao hospital em junho de 2017, com apenas 7 anos, após apresentar sintomas como febre persistente e sem causa aparente, palidez e manchas pelo corpo. O diagnóstico de câncer mudou completamente a rotina da família, que precisou se mudar para a capital paraense para dar continuidade ao tratamento.
“Ele começou a emagrecer, a ficar pálido, os lábios dele mudaram de cor. A gente sabia que não era normal. Veio o diagnóstico de LLA, e ali começou a nossa luta”, relembra Rayane Mendes, 35 anos, mãe de Samuel. Ela conta que estava grávida da segunda filha, Isadora, 8 anos, quando recebeu a notícia.
Enquanto aguardava o nascimento da filha, Rayane explica que foi o esposo, Benedito Brandão, 41 anos, quem acompanhou Samuel de perto, principalmente durante as internações. O enfrentamento à doença do filho mais velho exigiu fé, obediência às orientações médicas e uma rede de apoio sólida. “A gente cumpriu tudo à risca. Nada de igarapé, piscina, sol ou sereno. E Samuel sempre foi muito obediente”, afirma Rayane emocionada.
Simbologia
O “Sino da Vitória” é um projeto criado há seis anos pela equipe do Hoiol e tem por objetivo celebrar a cura e, ao mesmo tempo, inspirar outros pacientes que estão em tratamento oncológico. “Foi uma forma de dar rosto à cura. O sino representa esperança, mostra que o câncer tem cura e que o tratamento dá resultado”, explica Elizabeth Cabeça, membro do Escritório de Experiência do Paciente (EEP), setor idealizador da iniciativa. Desde sua criação, 357 pacientes já tocaram o sino.
Percorrer os corredores do hospital tocando o sino é um momento aguardado por pacientes, familiares e equipe do Oncológico Infantil. “Para as mães que estão começando esse processo agora, eu digo: tenham paciência, sigam as orientações médicas com seriedade e cuidem dos seus filhos. Dá certo, sim. Há cura para o câncer. Meu filho é uma prova viva disso”, aconselha Rayane.
Samuel, agora adolescente e cheio de planos, quer transformar a superação em novas conquistas. “Hoje eu me sinto livre. Quero seguir estudando e jogando vôlei. Estou treinando na Tuna Luso Brasileira e quero ser jogador profissional”, revela o jovem, com brilho nos olhos, sorriso largo e mão suja de tinta. Isso porque a unidade de saúde conta com a “Árvore da Vida”, mural onde todos os pacientes curados são convidados a carimbar com uma das mãos colorida. A mão de Samuel foi pintada pelos familiares. Momento repleto de significado para todos. “Que emoção, meu Deus!”, externou Rayane.
O som do Sino da Vitória, que marcou o encerramento de uma etapa desafiadora para Samuel, também anuncia o início de uma nova vida para o rapaz. Quanto aos pacientes que ainda estão em tratamento, o jovem tornou-se inspiração para manter viva a fé e a esperança no tratamento contra o câncer. Para os colaboradores, o gesto simboliza o sucesso do empenho dedicado ao cuidado dos pacientes e serve como incentivo para oferecer sempre a melhor assistência.
Quer saber mais notícias do Pará? Acesse nosso canal no Whatsapp
O HOIOL
- Credenciado como Unidade de Alta Complexidade em Oncologia (Unacon), o Hoiol é referência na região amazônica no diagnóstico e tratamento especializado do câncer infantojuvenil, na faixa etária entre 0 e 19 anos. Atualmente a unidade atende mais de 900 pacientes oriundos dos 144 municípios paraenses e estados vizinhos.
Seja sempre o primeiro a ficar bem informado, entre no nosso canal de notícias no WhatsApp e Telegram. Para mais informações sobre os canais do WhatsApp e seguir outros canais do DOL. Acesse: dol.com.br/n/828815.
Comentar