
O açaí, símbolo da cultura paraense e presença diária na mesa de milhares de famílias, está no centro de uma operação inédita em Belém. Pela primeira vez, a capital vai mapear todos os pontos de beneficiamento do fruto, em uma ação que combina mobilização comunitária, tecnologia e saúde pública.
O objetivo é registrar mais de 8 mil batedores em todos os distritos e fortalecer o controle contra a doença de Chagas, enfermidade que pode estar associada ao consumo de açaí contaminado.
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Mais de 850 agentes comunitários de saúde participaram de um grande treinamento no ginásio Mangueirinho para preparar a etapa de campo. Entre 1º e 15 de setembro, eles irão de porta em porta, visitando estabelecimentos, coletando informações, oferecendo orientações técnicas e reforçando medidas de prevenção.
A ação é resultado da parceria entre órgãos municipais, estaduais, federais e instituições de ensino. Além de contribuir para prevenir surtos da doença, o levantamento servirá de base para a formulação de políticas públicas de segurança alimentar.
Tecnologia como aliada
O cadastramento será feito por meio da plataforma Açaí no Ponto, ferramenta digital que permite o registro georreferenciado de cada local de beneficiamento. O sistema foi desenvolvido para agilizar o trabalho dos agentes e facilitar o acesso às informações, permitindo, por exemplo, identificar áreas com maior necessidade de capacitação e apoio técnico.
A iniciativa surgiu após a constatação de que o Pará concentra o maior número de casos de doença de Chagas no Brasil, com a maioria ligada ao consumo de açaí contaminado. Ao localizar todos os pontos de venda, será possível planejar ações preventivas e qualificar trabalhadores para garantir um produto mais seguro à população.
O papel dos agentes comunitários
Com a confiança conquistada nas comunidades, os agentes comunitários desempenham papel fundamental para o sucesso da ação. Sua presença facilita o diálogo com os batedores, estimula a adesão ao cadastramento e permite repassar orientações sobre boas práticas no preparo do fruto, conforme determina o Decreto Estadual nº 326/2012.
Próximos passos
Após o levantamento, os dados coletados permitirão à gestão municipal criar estratégias de capacitação, apoio técnico e melhoria das condições sanitárias nos pontos de beneficiamento.
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A expectativa é que, com essas informações inéditas, Belém dê um salto na segurança alimentar, preservando não apenas a saúde dos consumidores, mas também a reputação de um dos patrimônios mais valiosos da cultura local.
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