
O Parque Zoobotânico do Museu Paraense Emílio Goeldi completa 130 anos de criação nesta sexta-feira, 15. Tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) em 1993, o espaço abriga uma significativa mostra da fauna e flora amazônicas, em meio a um universo de mais de 3 mil plantas, 4 mil animais, monumentos a personagens da ciência e prédios históricos da capital paraense.
Localizado no bairro de São Brás, em Belém, o Parque se une ao Campus de Pesquisa, no bairro da Terra Firme, e à Estação Científica Ferreira Pena, na Floresta Nacional de Caxiuanã, no Marajó, estruturando as bases físicas da mais antiga instituição científica da Amazônia brasileira, o Museu Goeldi.
O diretor do Goeldi, professor Nilson Gabas Júnior, explicou que uma das tarefas da instituição consiste, por exemplo, em garantir a segurança física e a integridade de material arqueológico encontrado em empreendimentos da Amazônia e do Brasil.

O diretor também contou que, nos últimos 25 anos, “os pesquisadores do Museu ou vinculados ao Museu Goeldi, já descobriram quase 700 novas espécies da biodiversidade amazônica. É muita coisa. Essa produção de conhecimento é bastante contundente”, pontua. A instalação do Museu das Amazônias, um novo espaço cultural que será inaugurado no armazém 4 do Porto Futuro II, e que faz parte das obras do governo estadual para a COP30, contou com a colaboração da sociedade civil por meio de um cronograma de escutas sob coordenação do Museu Emílio Goeldi.
A escolha de Belém como sede da COP gerou uma oportunidade para que o Parque realizasse importantes intervenções. Do dia 18 de agosto até o próximo mês de outubro, cinco recintos de espécies integrantes do plantel do Zoobotânico passarão por recuperação e melhorias: o da ariranha, o do jacaré-açu, o da onça-pintada, o das tartarugas e o antigo lago do peixe-boi, que será a nova morada dos peixes pirarucu.
O diretor do Museu pede a compreensão da população, pois, neste período o espaço ficará fechado para garantir a segurança dos visitantes, trabalhadores e animais que vivem no local. “Esse transtorno é temporário. Quando a gente reaparecer, as pessoas que têm orgulho desse Parque terão muito mais. É só ter um pouquinho de paciência que essa cobra virá com nova pele”, brinca o diretor.
Os recintos da ariranha e da onça-pintada já foram isolados para o início dos serviços. Em breve, será a vez dos recintos do jacaré-açu e das tartarugas. O antigo lago do peixe-boi está em avançado processo de adaptação e impermeabilização. O ambiente havia sido desativado há 17 anos, desde a morte da fêmea Maíra. A instituição optou por preparar o espaço para abrigar exemplares de pirarucu, um dos maiores peixes de água doce do mundo e de grande valor para a gastronomia amazônica.
Em relação aos prédios históricos, a instituição informou que será necessário manter o isolamento da Rocinha que, no entanto, será entregue à população em 2026, quando o Museu Goeldi celebra 160 anos de atividade.
Durante o fechamento temporário, quatro chalés históricos receberão melhorias até novembro deste ano: o Chalé Andreas Goedi; Rodolfo Siqueira Rodrigues; João Batista de Sá; e, por fim, o chalé situado na esquina da Travessa Nove de Janeiro com a Avenida Magalhães Barata, que será reformado pela Secretaria de Turismo (Setur) para transformá-lo em ponto de informações turísticas. O público poderá acompanhar a evolução dos serviços pelas redes sociais da instituição.
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Programação
Antes do fechamento para reforma, a população terá a oportunidade de aproveitar o Parque Zoobotânico do Museu Paraense Emílio Goeldi até o dia 17 de agosto. Nesta sexta-feira, 15, a comemoração dos 130 anos do Parque ocorrerá na área da samaumeira jovem e também no hall e no auditório do Centro de Exposições Eduardo Galvão. No Centro, os visitantes têm à disposição uma mostra com fotografias históricas do Parque Zoobotânico, selecionadas no Arquivo Guilherme de La Penha.
Como parte da celebração, o público também terá a possibilidade de apreciar o ambiente semi-aberto e reformado dos Xernathra, onde se encontram três preguiças-real e a tamanduá-bandeira fêmea, conhecida como Haru, nova integrante do plantel da fauna do parque. Oriunda de resgate no município de Tomé-Açu, Haru estava em processo de restabelecimento de saúde e adaptação no parque há um ano e meio.
No roteiro de atrações, os visitantes têm acesso às mostras de longa duração Baleia à Vista, no Aquário Jacques Huber, e Diversidades Amazônicas, no centro de exposições. Cada visitante ainda poderá percorrer de forma autônoma uma trilha para conhecer e acessar conteúdos, disponíveis por meio de placas com QR Code, fruto de estudos realizados pelo Consórcio de Pesquisa em Biodiversidade Brasil-Noruega. O Museu Emílio Goeldi fica localizado na Magalhães Barata, nº 376, no bairro de São Brás. A entrada custa 3 reais (em dinheiro e pix) com direito a meia-entrada e todas as gratuidades seguras por lei.
Para saber mais, acesse a edição eletrônica do jornal Diário do Pará
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