
No primeiro semestre de 2025, o Pará registrou 52.172 novas empresas, segundo os dados mais recentes da Junta Comercial do Estado (Jucepa). O número representa um aumento de 24% em relação ao mesmo período do ano passado.
Além de um saldo importante para a economia estadual, cada empreendimento carrega o esforço de homens e mulheres que ultrapassam obstáculos, mas seguem resistindo e fortalecendo o comércio local. O DIÁRIO ouviu algumas dessas histórias que, além de demonstrar os desafios de empreender, são dicas importantes para quem está nos primeiros passos.
Scarlatt e Luiz Moraes são proprietários do Atacadão dos Relógios, que fica dentro de uma galeria no centro comercial da capital. A loja começou pequena, com apenas um box e hoje conta com 12 espaços alugados. “A gente tem que correr atrás de novidades, mercadorias, trazer e conquistar os clientes, ser simpático, é muita força de vontade”, diz Scarlatt.
Conteúdos relacionados:
- Feirão de Emprego movimenta Belém com oportunidades imediatas
- Veja 9 profissões de nível médio com ótimos salários e pouca concorrência
O casal tem dois filhos, um de 2 anos e outro de apenas 9 meses. “Eu praticamente pari eles aqui na loja, porque saí daqui para a maternidade”, relatou. Como um casal, mesmo diante da intensidade do dia a dia, “dá para equilibrar o relacionamento e o trabalho e a gente se dá bem passando o dia juntos”, afirma Luiz.
Além do crescimento pessoal, hoje o casal tem um time de oito pessoas para auxiliar nas vendas da loja. A quantidade reflete um dado nacional: segundo o Sebrae, com base nos dados do Ministério do Trabalho, no acumulado de 2024, os pequenos negócios respondem pela geração de mais de 1 milhão e 200 mil empregos no país.
Há 8 anos, Selinor e a esposa Rose Silva decidiram encarar o desafio de abrir uma loja de roupas, a RS Modas. Em quase uma década de funcionamento, a prova de fogo da loja foi a pandemia de covid-19.
“A galeria fechou e tivemos que levar toda a mercadoria. Pegamos nossas sacolas e deixamos a loja limpa”, conta Selinor. Contudo, após o período de lockdown, para retomar as vendas a estratégia foi ampliar o mercado. “A gente vendia no atacado para fora. Tínhamos clientes em Capanema, Barcarena e no interior. Fechávamos a encomenda on-line e deixávamos no barco para seguir viagem”. Hoje, as vendas no atacado continuam, principalmente para clientes de outros municípios.

Quer saber mais notícias do Pará? Acesse nosso canal no Whatsapp
A volta das atividades comerciais após o período de isolamento também significou uma oportunidade para Josué Anjos, dono do Espaço Gui, loja especializada em moda praia. O espaço começou com um box e, em julho deste ano, ampliou para cinco.
“Empreender não é fácil. Tem pessoas que começam no entusiasmo, só que esquecem das crises e dos momentos de menor fluxo”, explica. O controle do fluxo de caixa, ter ideia dos períodos de maior e menor demanda, além do registro de mercadoria são medidas fundamentais para manter o negócio sempre em atividade. “Em julho bombou? Maravilha, mas agosto e setembro vem aí, então tem que ter equilíbrio”, afirma.
Para quem está na estrada e conseguiu se manter em atividade, o recado para os iniciantes é não desistir. “A chave é a persistência, insistir no negócio, sabe? Problemas aparecem, mas se tu dedicares, colocares o teu melhor, tu consegue crescer e viver com o empreendedorismo”, afirma Scarlatt.
A outra orientação é saber investir. “É preciso ampliar para chegar mais longe; o negócio é seguir na luta”, finaliza Josué. Ainda, segundo o balanço semestral da Jucepa, entre as naturezas jurídicas, o Microempreendedor Individual (MEI) continua sendo o modelo mais escolhido, com 39.409 registros em 2025.
As sociedades limitadas (LTDA) também tiveram destaque, refletindo a formalização de pequenos negócios com estrutura societária. Outros perfis relevantes incluem empresários individuais e sociedades anônimas fechadas.
Atividades
No âmbito regional, o estudo da Jucepa indica que as atividades mais frequentes entre as novas empresas mostram a força dos setores de comércio e serviços no Pará: o comércio varejista de artigos do vestuário e acessórios lidera com 2.404 registros, seguidos de promoção de vendas, com 2.136 registros; serviços de malote não realizados pelo correio nacional, 1.801; além de cabeleireiros, manicure e pedicure, com 1.533 novos empreendimentos.
Para saber mais, acesse a edição eletrônica do jornal Diário do Pará
Seja sempre o primeiro a ficar bem informado, entre no nosso canal de notícias no WhatsApp e Telegram. Para mais informações sobre os canais do WhatsApp e seguir outros canais do DOL. Acesse: dol.com.br/n/828815.
Comentar