Antigo Colégio Lauro Sodré é o postal desta 4ª

A série 'Diário Documento Belém 395 Anos', do DIÁRIO, destaca hoje (12) uma remota construção em estilo eclético, com predominância de traços neoclássicos. Desde 2006, o monumento abriga a sede do Tribunal de Justiça do Estado, na Avenida Almirante Barroso. Porém, antes já serviu de escola para centenas de paraenses. O antigo prédio foi construído em 1893, edificado para abrigar o originalmente denominado ‘Instituto Paraense de Educandos Artífices’, embrião do que mais tarde passou a se chamar Instituto Lauro Sodré. Funcionava como instituição pública voltada à profissionalização de meninos órfãos ou em situação de extrema pobreza.

No local, além da instrução regular, jovens eram formados em ofícios como tipografia, encadernação, alfaiataria, mecânica, marcenaria, sapataria e outros, em instalações do mais alto padrão, que nada deixava a dever a escolas profissionais européias da mesma época. Atualmente, é considerado um dos mais expressivos símbolos da Belle Époque. A obra começou a mando do governador Lauro Sodré, mas só foi concluída em 1899, já sob a gestão do governador Paes de Carvalho. Este último alterou o nome do lugar para Instituto Lauro Sodré, em homenagem ao ex-governador.

Professora, Ana Lúcia Santos do Rosário foi uma das alunas da escola no início dos anos 70, período em que fez o ginásio, atual ensino fundamental. “Nas recordações que tenho, o prédio funcionava também como internato para os que cursavam o científico. Tinham as oficinas também. Os homens cursavam mais os cursos técnicos, de mecânica, enquanto as mulheres aprendiam coisas do lar, como a culinária. Embaixo, funcionava as salas de cantina e de arte. É uma lembrança muito boa, um lugar muito bonito”, ressaltou.

A estrutura física do antigo Instituto Lauro Sodré passou por diversas reformas e fases de completo abandono por parte do poder público. Um dos grandes abalos ocorreu em 1942, quanto o Ministro da Aeronáutica do governo do interventor Gama Malcher solicitou o prédio. A outra, mais recente, já foi em pleno século XX, quando uma parte da estrutura desabou. Só após esse acontecimento é que o monumento passou por uma grande reforma e hoje resplandece em meio ao caos do centro da cidade. (Diário do Pará)