A Ahimor (Administração das Hidrovias da Amazônia Oriental), órgão subordinado ao DNIT mas administrado por convênio através da Companhia Docas do Maranhão (Codomar), garante que foi rigorosamente legal todo o procedimento adotado na reforma da embarcação regional “Nova Tocanvia”. Responsável pela condução do processo, o engenheiro civil e naval Jamesson Nascimento, amparado em farta documentação, incluindo um acervo de imagens fotográficas com as datas dos eventos registrados, destaca que a compra de outro casco novo, com características semelhantes, era a única solução viável para sua recuperação, dado o avançado estado de apodrecimento da quilha e da estrutura (cavernames) da embarcação antiga.
O superintendente da Ahimor, Albertino de Oliveira e Silva, que assumiu o cargo em agosto de 2008, relatou que a embarcação original foi transportada de Belém para Tucuruí em 1997. Como na época não existiam ainda as eclusas que permitiriam a transposição da barragem, o barco teve que ser içado a jusante da barragem para fazer a viagem até o lago a montante em cima de uma carreta. A má distribuição dos esforços de içamento da embarcação – presume-se – afetou sua estrutura de madeira, deixando-a “pensa”.
O longo tempo de inatividade da embarcação com casco de madeira, conforme frisou o superintendente, se encarregou de deslanchar e aprofundar o processo de degeneração do barco, causando o apodrecimento da estrutura de madeira e a corrosão de seus componentes metálicos a um ponto tal que qualquer obra de restauro tornou-se técnica e economicamente inviável. Esta situação exigiu a construção de um casco completamente novo. Foi por isso, explicou, que a Ahimor optou por essa linha de ação para montar sobre o novo casco a superestrutura e os demais equipamentos e componentes da “Nova Tocanvia”.
O engenheiro Jamesson Nascimento ressaltou que, além de a Codomar e o DNIT terem conhecimento os passos dados do início ao fim do processo de reforma, toda a operação foi submetida ao conhecimento da Marinha e do Bureau Colombo Brasil, órgão classificador credenciado pela Marinha do Brasil. Toda a documentação, acrescentou, está à disposição de qualquer pessoa e dos órgãos eventualmente interessados.
A embarcação “Nova Tocanvia”, hoje inteiramente remodelada, passou a dispor de características operacionais superiores em todos os aspectos na comparação com o barco antigo. Segundo Albertino Silva, ela tem maior autonomia – sua capacidade de combustível foi elevada de quatro para cinco mil litros, podendo ser acrescida – e maior capacidade de carga, tudo isso se mantendo o seu calado compatível com as condições de navegação da região.
A Ahimor tem sua área de jurisdição sobre os Estados do Pará e Amapá e conta com uma estrutura de pessoal extremamente reduzida. São ao todo apenas 17 pessoas, segundo Albertino Silva, sendo três delas da área técnica de engenharia.
(Diário do Pará)
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