A pequena Clarisse Oliveira, 2 anos, exibia o cartaz com a seguinte frase: “Eu nasci no hospital, mas meu irmão vai nascer em casa e eu vou ver”. Sua mãe, a psicóloga Michele Oliveira, 32, e um grupo de mães decidiram se unir em prol da luta pela humanização do parto natural e/ou domiciliar neste domingo, na Praça da República, em Belém.
A mobilização foi consequência de uma matéria de repercussão nacional em que um médico recebeu notificação do Sindicato dos Médicos por conta de seu posicionamento a favor do parto humanizado.
Aqui em Belém, o enfermeiro obstetra Horácio Bastos já acompanhou muitos nascimentos de parto domiciliar. Ele não ignora os riscos do parto, mas diz que isso nada tem a ver com o local. “Em qualquer lugar, o parto é passível de incertezas. Mas um parto domiciliar planejado, e a mãe com gravidez de baixo risco, pode, sim, ser totalmente seguro”, afirmou. Horácio disse que prova disso é que a procura por este tipo de parto advém de mulheres com alto grau de instrução, ou seja, isso é uma opção, e não um refúgio.
O casal Ana Paula Gaia e Augusto Nunes estavam lá para contar a experiência do nascimento da filha caçula Maitê Gaia, de 1 ano. O parto domiciliar de Maitê foi acompanhado por profissionais da enfermagem, mas ocorreu da forma mais natural possível. “É claro que, para eu tomar essa decisão, precisei pesquisar muito. Em outros países, o parto domiciliar é totalmente comum. O que me dei conta é que aqui as mulheres são pouco informadas e por isso têm pouco hábito pelo parto natural”, disse Ana Paula.
(Diário do Pará)
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