No dia 10 de dezembro de 2011, ao ver o lutador no chão, muitos decretaram: é o fim de Lyoto Machida. A derrota para Jon Jones precipitou o surgimento dos profetas de plantão. Como não é incomum nesses casos, houve quem começasse a minimizar os feitos obtidos por Machida ao longo da carreira. Sete meses depois, minutos após
nocautear o oponente Rayn Bader, Lyoto, ainda emocionado, olhou para as câmeras de TV e sentenciou: ‘o dragão voltou’.
Céu e inferno. E céu novamente, com uma breve passagem pelo purgatório. Mas como ocorre com as histórias orientais de samurais, Lyoto Machida soube reconhecer limites pessoais, enxergar fraquezas e deficiências e, como fênix renascida das cinzas, recolocar o próprio nome no cenário do MMA novamente.
Mesmo não sendo oficialmente um paraense, Lyoto é um orgulho para o estado. Foi ele quem inseriu o Pará no mapa das artes marciais, principalmente a mais popular na atualidade, o Mix de Artes Marciais, que ainda é chamado de ‘Vale Tudo’, entre os que conhecem pouco esse esporte ainda polêmico, mas que já começa a suplantar preconceitos e desconfianças.
O FATO
Depois que Lyoto Machida venceu o UFC, Ultimate Fighting Championship, o Mix de Artes Marciais, ou Vale Tudo no popular, esse esporte passou a constar de forma mais intensa no vocabulário do paraense. Machida se tornou ídolo. E passou a sentir as consequências disso, mantendo, apesar de tudo, os pés no chão. Em documentário sobre ele exibido num canal pago, Machida fez questão de enfatizar a busca pela manutenção da normalidade na própria vida, indo buscar o filho na escola, por exemplo.
De bom, o carinho dos fãs. “Eles querem fotos, autógrafos. Tem que ter paciência e carinho. Mas é muito bom”, diz. De ruim, o fato de que todos querem cobrar mais caro por serviços ou equipamentos. “Ah, é pro Machida, aumenta o preço”, se diverte.
Atualmente grande parte do tempo de Lyoto é direcionado para os treinos e para a família. “Vez em quando saio para jantar. Mas o cotidiano mesmo é de pelo menos cinco horas de treinamento. Já foi um tempo maior dedicado a treinos. “Agora faço uma preparação mais correta, direcionada, para evitar desgaste. Cumpro um calendário queme prepara melhor e com menos tempo”, já chegou a enfatizar ao DIÁRIO DO PARÁ.
Nascido em Salvador, mas há muitos anos em Belém, Machida é filho do mestre em Karatê Yoshizo Machida. Entre os três e quatro anos de idade, Lyoto começou a enveredar pelas artes marciais com o pai, que adaptou o estilo do Karatê Shotokan criando uma metodologia de treino, hoje apelidada de Karate Machida. O gosto pelo esporte veio de forma espontânea, embora com incentivo do pai. “Eu vinha assistir aos treinos e acabei gostando. A vontade de treinar foi uma coisa natural”, disse Machida ao DIÁRIO, dois anos atrás.
O desenvolvimento foi rápido. Aos 13 anos, Lyoto já era faixa preta. Treinou sumô e o Brazilian Jiu-Jitsu. Não demorou, começou a ganhar torneios, incluindo o torneio de Karatê Pan-Americano de 2001. A atividade não o fez descuidar da formação. Lyoto tem diploma universitário de Educação Física.
Foi justo na faculdade, que Lyoto Machida conheceu o japonês e empresário Antonio Inoki. Foi ele que o levou para o Japão. Machida começou a aprender Muay Thai na Tailândia e outro estilo chamado ‘Wrestling’ no Japão. Machida estreou no MMA no evento New Japan Pro Wrestling: Ultimate Crush em 2 de maio de 2003. Começou com vitória.
No UFC começou a ganhar notoriedade mundial. Em 23 de maio de 2009, Machida ganhou o cinturão dos meio-pesados do UFC, do até então invicto Rashad Evans, com um nocaute no segundo round, chegando a deter o melhor cartel até então de qualquer lutador atuando profissionalmente, com 16 vitórias e nenhuma derrota. Até que elas vieram. Perdeu na revanche contra o brasileiro Maurício Rua, e perdeu para Jon Jones, no UFC 140 em Toronto, Canadá.
Lyoto é casado com Fabyola Machida. O casal tem dois filhos, Taiyo, que nasceu em setembro de 2008; e Kayto, que nasceu em novembro de 2010. E para mostrar que o sucesso não era meteórico, chegou a ser capa de revistas pop como a Rolling Stone. Também foi considerado pela Revista Época um dos 100 brasileiros mais influentes do ano de 2009.
Mais? É considerado pelas mulheres um autêntico ‘sex-symbol’, que detestam a ideia de vê-lo com o rosto machucado por conta de golpes.
Temporariamente morando em Los Angeles (EUA) aguarda poder disputar novamente o cinturão de campeão com Jon Jones.
(Diário do Pará)
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