Se durante o dia já é perigoso, imagine à noite!”. A frase é de uma moradora da Sacramenta, em Belém, e resume o sentimento de muitas pessoas que precisam transitar, ou mesmo morar no bairro, mais precisamente às proximidades da “Ponte do Galo”. O medo e insegurança fazem parte do dia a dia daqueles que convivem com a realidade de uma área que se tornou famosa pela grande ocorrência de crimes. Registros de assaltos e de assassinatos e a identificação como ponto de tráfico de drogas marcaram o trecho, considerado um dos mais perigosos da capital.
Constantemente o DIÁRIO divulga crimes ocorridos naquela área. Ocorrências como roubos e o comércio de entorpecentes - barril de pólvoras para assassinatos. O mais recente aconteceu na terça-feira (7), quando dois adolescentes foram executados, um por ser conhecido na autoria de assaltos e outro por envolvimento com o tráfico.
Moradores e comerciantes da área diagnosticam problemas vividos: Vera Lúcia trabalha em um dos primeiros mercados da avenida Pedro Álvares Cabral, esquina com a ponte. Ela começa o trabalho às 5h e só termina às 19h.
Vera contou à reportagem que nunca foi assaltada, mas já viu muitas pessoas serem vítimas. Para a comerciária, existem dois momentos considerados mais temerosos. “A partir das oito da noite, principalmente quando chove. As ruas ficam mais desertas e nessas horas que os ladrões agem”.
O trecho entre as travessas Barão do Triunfo e Mauriti, nas avenidas Pedro Álvares Cabral e Senador Lemos, é avaliado como o mais perigoso, por moradores e vendedores.
Se a ida para a Feira do Ver-o-Peso não existe sinalização, do outro lado, quem segue no sentido Entroncamento é raridade o respeito ao semáforo. Tudo porque o medo é sentido por condutores que trafegam por ali, já que a ação criminosa naquele perímetro também resultou em assaltos com reféns tendo como vítimas motoristas que foram surpreendidos por homens armados e rendidos.
O vendedor José Ribamar trabalha há um ano em comércio de grande porte na avenida Senador Lemos. Ele conta que no início a chuva era motivo suficiente para os funcionários fecharem as portas da loja até o temporal passar.
Durante o período, ao passar boa parte do dia ali, Ribamar diz ter presenciado muitas ações dos bandidos. “Vemos constantemente eles passarem de bicicleta pra lá e pra cá, em busca de uma vítima”. “As vezes é só um, mas também em outras estão em grupos um pouco distanciados”, detalha.
Tráfico de drogas corre solto
Além dos muitos registros de assaltos naquela área, os relatos de testemunhas não param nesse único delito. O tráfico de drogas é bem presente no bairro e as vias que cercam o perímetro da “Ponte do Galo” seriam pontos utilizados pelos traficantes e vendedores do comércio ilícito.
“A gente sempre vê pessoas entrando aí em horários de pouco movimento. Alguns se escondem atrás das barracas pra fumar, mas também têm os audaciosos que não se preocupam quem tá olhando. Passa, compra, recebe, fuma, tudo às nossas vistas”, denunciou a moradora Cláudia Martins.
“É direto. Viciado, vendedor e até ‘olheiro’ pra ficar vigiando quando a polícia resolve aparecer. Faça chuva, faça sol. De dia eles se disfarçam no meio da multidão por causa da feira, mas a noite, o negócio corre solto”, detalhou Raimundo Silva, vendedor de açaí.
Viaturas
De acordo com a assessoria de comunicação da Polícia Militar, o trabalho naquela área é realizado “com duas viaturas em caráter permanente”, ou seja, durante 24h. Além disso, policiais militares em quatro motocicletas realizam rondas frequentes. Segundo a PM, o policiamento conta ainda, com base fixa localizada na avenida Pedro Álvares Cabral.
(Diário do Pará)
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