O fazendeiro Marlon Lopes Pidde, acusado da chacina de cinco trabalhadores rurais no município de Marabá, em 1985, vai ser julgado pelo tribunal do júri em Belém nesta quinta-feira (8). O crime ficou conhecido como chacina da Fazenda Princesa. O processo já tramita na justiça paraense há 29 anos e até hoje nenhum responsável pelos crimes foi julgado.
O gerente da fazenda de Marlon, que também foi denunciado por ter participado da chacina, escapou de ser julgado, devido ter completado 70 anos e ter sido beneficiado pela prescrição. Um irmão e um empregado de Marlon também enfrentarão o tribunal do júri. Os pistoleiros que fizeram parte da chacina não foram identificados.
Marlon Pidde, acusado de ser o mandante do crime, passou 20 anos foragido e foi preso pela Polícia Federal no final de 2006. Na época, residia em São Paulo e usava nome falso. O fazendeiro passou apenas 4 anos e 8 meses preso. Em agosto de 2011, o STJ mandou soltar Marlon alegando demora em excesso da Justiça paraense em levá-lo a julgamento.
De 1985 até 2006, o processo permaneceu nas gavetas do fórum de Marabá. Logo após sua prisão, os advogados que atuam na assistência da acusação, em conjunto com o Ministério Público, ingressaram com pedido de desaforamento do julgamento para a comarca da capital paraense em junho de 2007, no entanto, o Tribunal só julgou o pedido em fevereiro de 2010. Em seguida, a defesa de Marlon interpôs os recursos Especial e Extraordinário contra a decisão do Tribunal que desaforou o julgamento para Belém.
No segundo semestre do ano passado, o Ministério Público tomou conhecimento de que o fazendeiro Marlon se encontrava na sede da Polícia Federal do Estado de São Paulo tentando tirar seu passaporte e sair do país. Atendendo ao Pedido do MP, o juiz da primeira vara do tribunal do júri da capital decretou de imediato a prisão preventiva do acusado.
Segundo a acusação do caso que ficou conhecido internacionalmente, os cinco trabalhadores foram sequestrados de dentro de suas casas, amarrados, torturados durante dois dias e assassinados com vários tiros. Depois de mortos, os corpos foram presos uns aos outros com cordas e amarrados a pedras no fundo do rio Itacaiunas. Os corpos só foram localizados mais de uma semana após o crime. O caso foi levado à Comissão Interamericana de Direitos Humanos da OEA, onde tramita um processo contra o Estado brasileiro.
Uma caravana de familiares das vítimas e de trabalhadores rurais do município de Marabá seguirá para Belém para acompanhar o julgamento.
(DOL com informações da SPDDH)
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