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Há verba em casa, apesar de desvios e inoperância

A especialista em trânsito e professora da Universidade Federal do Pará, Patrícia Bittencourt, é taxativa. “Um BRT precisa ser bem planejado, bem implementado e bem operado. Havendo falha em qualquer das etapas, não dá certo”, explica. “E em Belém ele foi

A especialista em trânsito e professora da Universidade Federal do Pará, Patrícia Bittencourt, é taxativa. “Um BRT precisa ser bem planejado, bem implementado e bem operado. Havendo falha em qualquer das etapas, não dá certo”, explica. “E em Belém ele foi mal planejado e mal implementado. O que se tem hoje não é BRT, porque não tem estação ao longo da via, embarque e desembarque em nível, e nem sistema informatizado, que são características desse modelo de transporte público. Não há nada além de um corredor de ônibus expresso, fruto de uma obra feita a toque de caixa e inserida em um contexto de disputa política”, justifica a especialista, referindo-se ao cenário da troca de gestões do hoje ex-prefeito, Duciomar Costa (PTB), que iniciou o processo em seu último ano de mandato, para o atual prefeito Zenaldo Coutinho (PSDB).

Ela faz questão de reforçar não só as vantagens de implementação desse tipo de sistema, como também citar experiências bem-sucedidas do BRT no Brasil e no mundo. “É um sistema de ônibus rápido com algumas características do sistema de metrô, só que com ônibus mais eficientes. Com essa crise que vivemos na modernidade, é uma solução rápida e barata, e que atende um determinado tipo de demanda, e que se encaixa no perfil da capital paraense. É possível ter BRT em Belém, sim, é possível continuar e concluir o que foi iniciado em 2012, mas há dois desafios: o primeiro, claro, é a execução correta das três etapas, para que o sistema funcione, e o segundo é colocar na cabeça das pessoas que BRT é uma coisa boa. Porque com todo o transtorno causado em mais de um ano de obras, a população de Belém associa o nome BRT a uma coisa ruim, que gerou muita dor de cabeça, que entrou estação, saiu estação, e hoje é só um corredor de ônibus onde ocorrem muitos acidentes”, alerta.

“Estando o BRT já funcionando realmente, o trânsito já estaria fluindo melhor, eu acredito. E se não fizer em 2015, não vai fazer em 2016, porque é ano eleitoral, e obra não tem jeito, gera transtorno, seria um tiro no pé. Mas eu não vejo um movimento nesse sentido. A faixa inaugurada me pareceu uma espécie de ‘cala-boca’, porque não se falou mais na continuação da implementação do sistema, que é muito bom, que onde foi de fato implementado, em um ou dois anos de obras, deu certo. Já passamos da hora em relação à urgência de um sistema público de transporte eficiente, porque só com o transporte público de qualidade se tem menos carros na rua. Criar outros meios como mototáxi e vans, à parte da questão social e de empregabilidade, é fuga. Belém é uma cidade relativamente planejada, mas que não consegue tirar seus projetos do papel, a exemplo do Ação Metrópole, lançado há 20 anos, e que nunca aconteceu! Cidades bem menos planejadas que a nossa conseguem implementar seus planejamentos, mas aqui isso não acontece”, lamenta Patrícia.

MILHÕES EM CAIXA

A vereadora Sandra Batista, do PC do B, e que integra a bancada de oposição a Zenaldo Coutinho na Câmara Municipal de Belém, avisa que o BRT vai ter de sair, e por um simples motivo: “O Duciomar alegava falta de dinheiro, mas o Zenaldo já conseguiu o empréstimo de R$ 314 milhões pelo Pró-Transporte, da Caixa Econômica Federal, e que começam a ser pagos em 240 meses a partir de 2017. Então ele vai alegar o quê? Nós vamos cobrar isso dele, sem dúvida alguma”, adianta a parlamentar.

Intregrante da Comissão Parlamentar de Inquérito que investigou a implementação do sistema em Belém, a vereadora afirma que o relatório final da CPI ainda não foi votado, mas adiantou que nomes como o do próprio Duciomar estão citados em crimes de improbidade administrativa e crimes contra as finanças públicas. “Quando Zenaldo assumiu a prefeitura, ele já assinou um Termo de Ajuste de Conduta com os ministérios públicos Federal e Estadual e CEF, e esse TAC diz que para serem sanados os vícios do projeto inicial, há de se fazer licitações diferentes para cada fase das obras, um para a implantação das estações, uma para a criação do corredor na Augusto Montenegro e outra para a criação de todo o sistema informatizado que controla o funcionamento do BRT. Mas o que se vê é que o prefeito não teve nem capacidade e nem competência para fazer isso. BRT é um sistema de transporte mais ágil, que permite que o passageiro chegue mais rápido ao seu destino, mas o que está aí é um corredor exclusivo para ônibus velho, e com muitos acidentes”, dispara Sandra.

(Diário do Pará)

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