Entenda o que é a microcefalia

Nos últimos meses, o Brasil vem enfrentando um surto de casos de microcefalia, doença de má formação que atinge recém-nascidos, afetando o crescimento da cabeça e desenvolvimento do cérebro. Diversos casos foram diagnosticados, principalmento na Região Nordeste, embora também tenham sido identificados em outros Estados do país, inclusive no Pará. A suspeita é que o surto tenha relação com a grande incidência de casos do vírus zika em gestantes, mas a doença pode ter outras origens. Entenda mais sobre a microefalia:

“O padrão é que recém-nascidos tenham perímetro cefálico de 33cm ou maior. Microcefalia é uma condição em que o bebê tem malformação e nasce com perímetro inferior a este, como 24 cm”, afirmou a neuropediadra Silvia Corrêa.

“Ela pode ter diferentes origens. A infecção por zika é uma delas, principalmente em mulheres que contraíram a doença no primeiro trimestre de gravidez. Mas há outros modos: uso de drogas durante a gestação, álcool, fumo, exposição à radiação, outras doenças, como sífilis, rubéola, infecções por bactéria ou mesmo problemas genéticos”, continuou Silvia.

O diagnóstico da microcefalia pode ser feito logo após o nascimento da criança, durante os primeiros exames físicos do bebê, ainda na maternidade. Em alguns casos, o médico pode identificar a condição ainda nos exames pré-natais. A causa da doença, entretando, depende de exames médicos que podem demorar dias para apontar o resultado.

Assim como a origem da microcefalia, a condição pode ter diferentes sequelas para o bebê. “A maioria dos pacientes com microcefalia apresenta um quadro associado com retardo mental, deficiência cognitiva, dificuldade de fala e problemas similares. Dependendo do nível da condição, as sequelas podem ser mais graves ou mais amenas”, afirmou a neuropediatra.

Segundo a médica, o tratamento da doença é viriavel para cada caso. “Dependendo da causa e da gravidade da microcefalia, é possível fazer uma cirurgia para corrigir o problema. Esse tratamento pode inclusive proporcionar o desenvolvimento do cérebro. O acompanhamento terapêutico também é importante, principalmente nos primeiros anos de vida”.

Silvia ainda faz recomendações para evitar o surgimento de novos casos. “O ideal é que a mãe tenha o máximo de cuidado durante a gravidez, não apenas para evitar a microcefalia, mas outras doenças. Fazer um pré-natal durante toda a gestação, cortar completamente álcool e fumo, comer de forma saudável e não usar medicamentos sem indicação médica são orientações básicas”, afirmou. “É importante também ficar atenta para qualquer alteração na gravidez, e informar o médico nesses casos. Com gestação, todo cuidado é pouco”.

(DOL)