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Projeto inicial do BRT e Duciomar viram piada

O sistema de Bus Rapid Transit (BRT) é, há alguns anos, um dos assuntos mais comentados em Belém. Seja em bate-papos com vizinhos, protestos, debates políticos ou mesmo em conversas com quem enfrenta o sufoco dos congestionamentos na avenida Augusto Monte

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O sistema de Bus Rapid Transit (BRT) é, há alguns anos, um dos assuntos mais comentados em Belém. Seja em bate-papos com vizinhos, protestos, debates políticos ou mesmo em conversas com quem enfrenta o sufoco dos congestionamentos na avenida Augusto Montenegro, a construção do sistema que melhoraria um pouco o trânsito na capital do estado, em geral vem à tona como tema de destaque negativo. Até o momento, no entanto, o BRT não passa disto: um assunto, longe ainda de ser uma realidade.

Um vídeo de 2012 que voltou a circular nas redes sociais na última semana mostra o ex-prefeito Duciomar Costa apresentando o funcionamento do BRT. O local escolhido obviamente não é Belém, mas sim cidade que o criou: Curitiba. Veja o vídeo:

A criação do prefeito da capital paranaense Jaime Lerner visava dar maior mobilidade à cidade e agregar mais pessoas no transporte público. A ideia deu tão certo que passou a ser copiada. Atualmente, cerca de 180 cidades no mundo já utilizam ou mesmo estão em obras para receber o sistema BRT.

Veja possíveis soluções para o trânsito de Belém no especial Vias de Guerra

Depois de se tornar "lenda" na administração de Duciomar, o BRT virou tema de campanha do atual prefeito Zenaldo Coutinho. Quando tentava se eleger, ele dizia: "obra boa é obra pronta" e prometeu concluir o tão aguardado projeto.

"Zenaldo diz, Zenaldo faz" era slogan da campanha. No entanto, 2016 é o último ano do mandato de Coutinho e o BRT continua longe de se tornar uma realidade. Veja o vídeo da propaganda feita pelo atual prefeito:

Uma das cidades é Bogotá, capital da Colômbia em que - pasmem - as obras iniciais duraram apenas três anos, com uma malha bem superior a aguardada em Belém, restrita em um primeiro momento à avenida Augusto Montenegro e Almirante Barroso, que um dia - espera-se - sairá do papel e do cotidiano cansativo de quem enfrenta a avenida diariamente.

Acima, o atual mapa do BRT em Bogotá, na Colômbia, cuja metade da malha viária ficou pronta em apenas três anos. Abaixo, o projeto do BRT em Belém, em que as obras nas avenidas Almirante Barroso e Augusto Montenegro se arrastam desde o mandato do ex-prefeito Duciomar Costa (Imagem: Divulgação)

Ao contrário do que se esperava, as obras do sistema seguem na gestão de Zenaldo Coutinho no mesmo ritmo de antes: muito lento, provocando uma grande confusão em alguns trechos e sem previsão de conclusão do projeto. Nas obras, se nota ainda o acúmulo de água nesta época de fortes chuvas. Recentemente até mesmo um jacaré foi encontrado nas proximidades da obra.

Jacaré encontrado em obra do BRT (Imagem: Polícia Militar/PA)

Em 2012, ano eleitoral, Duciomar até chegou a fazer testes nos ônibus na pista que hoje serve como via expressa na Almirante Barroso. O "ensaio" terminou ali mesmo e os ônibus biarticulados utilizados - também utilizados em Curitiba, conhecidos como Ligeirinhos e Ligeirões - não foram mais vistos.

As "estações tubo" também foram removidos da Almirante Barroso. As estações, onde para entrar seria necessário pagar, poderiam também ajudar e reduzir o número de assaltos nos coletivos e nas paradas de ônibus, bem como agilizaria o tráfego, uma vez que a população não iria se aglomerar nas ruas, já estaria com a passagem paga e precisaria somente entrar pela lateral do veículo.

Em nota, a Superintendência Executiva de Mobilidade Urbana de Belém (Semob) informou que os tubos foram retirados após um estudo técnico detectar que aquele formato não era adequado às necessidades do projeto BRT Belém e nem às características de clima da cidade e serão substituídos por estações de transbordo desenvolvidas a partir de elementos que são indispensáveis à cidade, como proteção para chuvas, sistema de exaustão, bicicletários e um espaço mais adequado à circulação diária de pessoas.

Ainda de acordo com a Semob, a retirada dos tubos não provocou nenhum tipo de perda aos cofres públicos, pois os mesmos ainda não haviam sido pagos pela gestão anterior, o que possibilitou a devolução desses equipamentos à empresa curitibana sem que houvesse custo algum ao município.

Os "ligeirinhos" poderiam ajudar a diminuir a quantidade de veículos nas ruas de Belém, mas por onde andam? E as estações tubo? Imagem: Divulgação

Outras iniciativas que também "sumiram"

Nos últimos meses, algumas iniciativas que visavam - aparentemente - melhorar a qualidade dos serviços e a mobilidade urbana em Belém não vingaram. No início de 2015, duas rotas com ônibus "seletivos" passaram a circular entre o distrito de Icoaraci e o centro da capital paraense. As linhas, que seguiam até o Ver-o-Peso e a Presidente Vargas, no entanto, duraram poucos meses. Os usuários que aproveitavam os ônibus com melhor estrutura e ar condicionado, viram-se "do dia para a noite" sem acesso ao serviço.

A Semob justificou que as linhas seletivas operavam de forma experimental, mas foram suspensas em função da baixa demanda de usuários, pois o serviço era oferecido a um preço diferenciado.

Outra iniciativa que não vingou em Belém foi bem mais curiosa e, talvez, vergonhosa. A lancha que fez por apenas duas semanas o tráfego entre o distrito de Icoaraci e o Ver-o-Peso foi suspensa após 16 dias. A Superintendência de Mobilidade Urbana (Semob) justificou o curto espaço de tempo de funcionamento como uma necessidade para "análise da viabilidade da criação definitiva da linha".

A embarcação com passagens "para turista" não durou nem 20 dias em Belém. Foto: Adriano Magalhães.

Segundo a Semob, para que a população possa aproveitar o transporte hidroviário a um valor condizente com a tarifa urbana do município, foi aberto no dia 18 de janeiro um edital para empresas interessadas em oferecer o serviço e que, a licitação para o serviço de transporte hidroviário ocorrerá no dia 07 de março.

(Enderson Oliveira/DOL)

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