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Não há policiais para combater bandidos no Pará

O efetivo de policiais militares no Pará corresponde à metade do que é previsto na Lei de Organização Básica (LOB) da corporação, segundo a Associação dos Cabos e Soldados da PM e BM. De acordo com a entidade, o efetivo da Polícia Militar (PM) no Estado é

O efetivo de policiais militares no Pará corresponde à metade do que é previsto na Lei de Organização Básica (LOB) da corporação, segundo a Associação dos Cabos e Soldados da PM e BM. De acordo com a entidade, o efetivo da Polícia Militar (PM) no Estado é de cerca de 15 mil homens, quando deveria ser pelo menos o dobro. Mesmo com esse déficit e os números alarmantes da criminalidade no Estado, o governador Simão Jatene continua desprezando o apoio da Força Nacional de Segurança Pública.

A postura de Jatene deixa o ministro da Justiça, Torquato Jardim, de mãos atadas, já que, apesar de reconhecer a situação emergencial no Estado, só pode enviar a Força Nacional mediante pedido do governador. “O efetivo da PM que trabalha, na prática, é menor, já que todos os meses há policiais indo para a reserva, muitos estão à disposição de autoridades e órgãos públicos e outros tantos de licença médica para tratamento de saúde”, contabiliza o cabo Edvan Ferreira da Silva, que
preside a associação.

O último concurso da PM foi feito há mais de um ano e disponibilizou duas mil vagas (ainda não efetivadas), o que ainda é muito pouco para as necessidades da população. “A situação da segurança pública no Estado hoje é crítica e qualquer ajuda que viesse seria muito bem-vinda”, avalia. Entre os problemas vividos pela corporação está a situação de viaturas que não possuem sequer combustível para rodar.

VIATURAS

O policial afirma ainda que, em muitos municípios, as viaturas chegam a ficam paradas nos quartéis por falta de gasolina. “São poucos homens que trabalham em poucas viaturas. Isso faz com que a violência aumente consideravelmente”, coloca. Somado a isso, a corporação está há 2 anos com o salário congelado. “Hoje, um soldo básico de um soldado ainda é R$ 788, que equivale ao salário mínimo de 2015, enquanto que hoje o mínimo já está em mais de R$ 930”, calcula. Após o movimento das esposas dos militares, ocorrido em fevereiro, o Governo do Estado concedeu apenas um reajuste de R$ 50 no tíquete-alimentação, considerado insuficiente pela categoria.

POLÍCIA CIVIL

O Sindicato dos Policiais Civis do Estado (Sindpol) tem o mesmo entendimento, afirmando que toda ajuda é necessária para reduzir a criminalidade. Segundo o sindicato, o efetivo de policiais civis no Estado é de 2,6 mil homens, quando seriam necessários, pelo menos, 6 mil. “Já foram quase 30 agentes de segurança pública mortos, entre PMs, bombeiros, policiais civis, guardas municipais, agentes do Detran e prisionais. Isso é revoltante. Apoiamos o reforço da Força Nacional nesse momento”, desabafa Pablo Farah vice-presidente do Sindpol. “A curto prazo, para frearmos essa onda de homicídios no Pará, temos de somar todos os esforços possíveis”, defende.

"Apoiamos o reforço da Força Nacional nesse momento“, Pablo Farah, Vice-presidente do Sindpol (Foto: Marco Santos/Arquivo)

Pedidos

POLÍCIA MILITAR - A associação lembra que é preciso que o Estado invista na corporação, dando mais estrutura de trabalho para os policiais e bombeiros.
POLÍCIA CIVIL - A categoria almeja mais investimento por parte do Governo do Estado, aparelhando as policias, valorizando e capacitando os policiais, melhorando os salários e o atendimento nas delegacias e batalhões.

Números

O Pará é o 5º Estado mais violento do País e Altamira é a cidade mais violenta, segundo o Atlas da Violência, estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgado este mês.

Iran Lima (Foto: Ricardo Amanajás/Arquivo)

Governador é alvo de crítica na Alepa

A onda de violência no Pará rendeu um discurso em tom de desabafo feito pelo líder do PMDB na Assembleia Legislativa (Alepa), deputado Iran Lima. Ontem, ele indicou a necessidade de uma reformulação, de uma ação efetiva para que, de fato, o comando do Governo do Estado reconquiste o respeito que perdeu da população de um modo geral.

“Não tem moral para falar de ninguém quem usa a máquina do Estado para beneficiar a família, nomear a filha para secretarias de Estado, enquanto deixa de se debruçar, se dedicar ao que realmente é importante para o Pará”, disparou.

Para ele, o principal problema que oEstado enfrenta é a Segurança Pública. “Faltam policiais civis e militares”, discursou. “O governador não consegue mais impor sua autoridade como chefe do comando militar”, alfinetou Lima.

Vereadores querem que Jatene peça a ajuda da Força Nacional

Considerando os elevados índices de violência no Pará, o ministro da Justiça Torquato Jardim reconheceu a situação emergencial pela qual o Estado passa, mas comunicou ao ministro da Integração Nacional, Helder Barbalho, que o auxílio da Força Nacional de Segurança Pública só poderia ser dado com a solicitação do governador do Estado, Simão Jatene. Porém, apesar de a população clamar por socorro, o governador Jatene ignora a ajuda federal.

A solicitação da Força Nacional foi feita por Helder no dia 8 passado. Na ocasião, o ministro Jardim já se apresentava favorável à medida, ao contrário de Jatene e do secretário de Segurança Pública do Pará, Jeannot Jansen, que se mantiveram calados, apesar dos alarmantes casos de violência no Estado.

CMB

A questão da Força Nacional repercutiu na Câmara Municipal de Belém (CMB) ontem. O vereador Emerson Sampaio (PP) recordou que fez um requerimento na CMB, em fevereiro deste ano, aprovado pelos parlamentares, que pedia ao prefeito de Belém Zenaldo Coutinho e ao governador Simão Jatene que tomassem com urgência as providências cabíveis para trazer ajuda da Força Nacional. Em vão. Para o vereador Joaquim Campos (PMDB), o secretário de Segurança Pública e o governador do Estado descumprem seu papel, ao ignorar a ajuda federal. “Enquanto o secretário e o governador abrem mão desse apoio, a sociedade é dizimada e os direitos humanos são descartados”.

O parlamentar Amaury de Souza (PT) avalia que a situação da violência no Estado está incontrolável e que é preciso deixar as questões político-partidárias de lado, para se resolver o problema. “Precisamos de apoio da Força Nacional o mais rápido possível”, pontuou.

OUTRA RECUSA

O governador Jatene já dispensou o apoio da Força Nacional no Pará em momentos anteriores. No 1º semestre de 2015, o ministro Helder Barbalho pediu o envio da Força Nacional ao Estado, ao então ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo. Contudo, o secretário Jeannot Jansen dispensou a ajuda.

(Luiz Flávio, Carolina Menezes e Alice Martins Morais/Diário do Pará)

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