A Polícia Civil apresentou, nesta segunda-feira (16), informações sobre a prisão de Ecles Ferreira Barbosa, 27 anos, de apelido "Luia", durante entrevista coletiva na sede da Delegacia-Geral, em Belém. Ele é acusado de ser o autor do assassinato de José Ricardo Alves Rodrigues, de 50 anos, secretário adjunto de obras e chefe da Defesa Social de Limoeiro do Ajuru, nordeste paraense.
A vítima foi morta a tiros em frente a sua casa, em 17 de janeiro deste ano. Com a prisão de Ecles, o caso está esclarecido. Ezequiel Pantoja do Nascimento, de apelido Kiel, comparsa de Ecles no crime, já está preso. O mandante do crime foi identificado como Manoel Barbosa dos Santos Junior, de apelido Junior Doido, que está foragido.
Ele encomendou a morte de José Ricardo motivado por vingança. As informações foram prestadas pelos delegados Fernando Bezerra, diretor da Divisão de Homicídios, e Marco Antonio Oliveira, diretor de Polícia Especializada. As investigações foram presididas pela Divisão de Homicídios de Belém.
Ecles estava preso, desde o último dia 11, na Central de Triagem do bairro da Cremação, com nome falso. Na ocasião, ele foi preso em flagrante, por tráfico de drogas, no bairro do Guamá. Após receber informação de que o preso seria "Luia", a Divisão de Homicídios apurou os fatos e confirmou a identificação do preso, nesta segunda-feira (16). Em depoimento, "Luia" acusa "Kiel" de ser o autor dos tiros no secretário de Limoeiro do Ajuru. O preso vai permanecer recolhido à disposição da Justiça.
Junior Doido era envolvido com um grupo de assaltantes que praticava roubos na modalidade "pirataria fluvial", por meio de assaltos nos rios. As investigações mostraram que Ecles e Ezequiel eram integrantes de um grupo criminoso que comandava o tráfico de drogas e era responsável por homicídios em São Sebastião da Boa Vista, no Marajó. Em 12 de abril deste ano, 11 integrantes do grupo foram presos, durante operação policial no município. Um dos presos na operação foi Ezequiel que permanece preso. Com os presos, foram apreendidas armas de fogo e drogas.
VINGANÇA
A morte de José Ricardo Alves Rodrigues foi resultado de vingança. Inicialmente, as investigações trabalhavam com a hipótese de motivação política para o crime, mas com o andamento do inquérito, esclarece o delegado Fernando Bezerra, a motivação foi apontada. Em 2013, houve um crime de latrocínio (roubo seguido de morte), que teve como vítima um adolescente de 16 anos. Na ocasião, o grupo de piratas fluviais, comandado por Junior Doido, invadiu a casa de um morador na região ribeirinha de Limoeiro do Ajuru, e durante o crime, o dono da casa reagiu. Um dos criminosos atirou e o tiro atingiu o menor que morreu.
Na época, José Ricardo conheceu a tia do adolescente com a qual manteve um relacionamento amoroso. Por causa do envolvimento com ela, José Ricardo passou a investigar por conta própria o crime, até descobrir que "Junior Doido" teve participação no latrocínio. Segundo o delegado Fernando Bezerra, José Ricardo passou da falar na comunidade que Junior era o suspeito do crime e que iria dar um jeito de mandá-lo à cadeia. A investigação realizada por José Ricardo chegou ao conhecimento de "Junior Doido" que, assim orquestrou a morte de José Ricardo, contratando Kiel e Luia para matá-lo.
(DOL)
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