Nos últimos dias, uma mulher de 32 anos, que era portadora de deficiência, foi encontrada morta em uma residência no bairro Cajuru, em Curitiba. Na ocasião, a mãe da moça disse que a filha havia retornado da casa do pai com marcas de agressão. No entanto, rapidamente as investigações do fato acabaram tomando outro rumo.
Na manhã desta quinta-feira (19), investigadores da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) da Polícia Civil do Paraná (PCPR) cumpriram mandado de prisão justamente contra a mãe da vítima, que agora é a única suspeita de uma operação batizada de “Quarto do Terror”. De acordo com as investigações, a mulher encontrada morta foi vítima de tortura e cárcere privado.
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Inicialmente, a suspeita alegou ser inocente e tentou desviar o foco do inquérito policial para o ex-marido, pai da moça. Em seu primeiro depoimento, ela informou que a filha havia passado um tempo na casa do pai, no bairro Parolin, e retornado com marcas pelo corpo. Além disso, tinha sofrido uma queda na escada. “Nunca bati nela, eu cuido deles bem (três filhos), sou mãe e pai. Não fiz isso, acho que o pai fez porque ela foi para lá e voltou assim”, declarou.
Contudo, essa versão apresentada pela mãe não convenceu os investigadores da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa, que acabaram identificando a mãe como principal suspeita de causar a morte da própria filha.
“A cena foi montada, trata-se de um homicídio, com características de tortura e cárcere privado, pelo número de lesões antigas e recentes. Apuramos o fato, conseguimos prova testemunhal e verificamos que havia essa ação contínua da mãe sobre a filha, que acabou causando a morte”, afirmou o delegado Tito Barichello, revelando que a vítima vivia em um quarto localizado no segundo andar da residência, onde também moram outros dois filhos.
“Um caso gravíssimo. Nós encontramos aqui uma situação catastrófica. Um local sem condições de vida humana, uma bagunça muito grande. Um local com características de cárcere privado. A vítima tinha lesões espalhadas pelo corpo que não coincidiam com as informações trazidas pela mãe”, afirmou o delegado.
A prisão
Durante a abordagem dos agentes da Polícia Civil, a suspeita não reagiu, mas voltou a dizer que é inocente e que irá provar. “Eu continuo negando, eu não fiz nada. Eu não sou uma assassina. Ela caiu da escada, foi para casa dos parentes e voltou daquele jeito. Eu vou provar que eu não devo nada. Se eu fosse uma assassina eu teria batido nos outros filhos”, declarou a mulher já dentro do camburão.
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