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PRESOS NA OPERAÇÃO POMBO

Plano do CV para matar ex-titular da SEAP envolvia advogados

Dois advogados foram presos sob acusação de facilitar a comunicação de líderes do Comando Vermelho para ordenar um atentado contra o ex-secretário de Administração Penitenciária do Pará e ex-presidente da OAB-PA, Jarbas Vasconcelos. Jarbas estava marcado para morrer em julho do ano passado.

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Imagem ilustrativa da notícia Plano do CV para matar ex-titular da SEAP envolvia advogados camera Os Linaldo Cardoso da Costa e Rhuan Siqueira dos Santos foram presos sob acusação de facilitar comunicação para que líderes do Comando Vermelho ordenassem a morte de Jarbas Vasconcelos | ( Reprodução )

De acordo com informações de fontes internas da Secretaria de Segurança Pública do Estado do Pará e da Polícia Civil, a prisão dos advogados Linaldo Cardoso da Costa e Rhuan Siqueira dos Santos, nesta quarta-feira (1°), na Operação Pombo, traz à tona um plano organizado pelo Comando Vermelho, há cerca de um ano, para executar o então secretário estadual de Administração Penitenciária, Jarbas Vasconcelos.

A investigação sobre o atentado contra o ex-presidente da OAB, iniciada em maio de 2021, foi feita durante um ano sob absoluto sigilo, envolvendo setores da inteligência do Sistema de Segurança Pública. A Operação Pombo foi liderada pelo Grupo de Atuação Especializada no Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Pará, para cumprir cinco mandados de prisão em Belém e Salinópolis

O plano era executar Jarbas Vasconcelos no mês de julho, durante uma onda de atentados contra policiais, seguindo ordens de André Soares da Silva Neto, conhecido como Andrezinho ou AK, preso por tráfico de drogas e homicídio e custodiado no Presídio Estadual Metropolitano III.

AK, ligado ao Comando Vermelho Rogério Lemgruber no Pará, usava um artifício para se comunicar com outros membros da facção no planejamento do atentado. De acordos com fontes internas da Polícia Civil e da Segup, ele recebia a ajuda do advogado Rhuan Siqueira, preso nesta quarta-feira pelo Gaeco. O acusado Rhuan, ainda segundo informações dos órgãos de segurança, visitava o cliente regularmente usando um smartwatch, dispositivo eletrônico que integra relógio e telefone celular. Durante o atendimento no parlatório do presídio, o advogado aproximava o braço com o smartwatch do rosto do cliente. Assim, o prisioneiro ouvia e gravava áudios livremente. Em um dos áudios, AK deu orientações sobre a execuçaão do então secretário da SEAP.

Jarbas Vasconcelos estava marcado para morrer em julho do ano passado.
📷 Jarbas Vasconcelos estava marcado para morrer em julho do ano passado. |Agência Pará/ Bruno Cecim

A apuração sobre o atentado também levou a outro advogado, Linaldo Cardoso da Costa, igualmente preso nesta quarta pelo Gaeco. Segundo a polícia, ele utilizava o mesmo artifício do smartwatch para servir de mensageiro do crime na troca de informações entre seus clientes presos e outros membros do Comando Vermelho foragidos ou em liberdade.

De acordo com fontes da Segup, Linaldo Costa presta atendimento a algumas lideranças do Comando Vermelho, como: Manoel Barbosa dos Santos Júnior, conhecido por “Júnior Doido”; Gleisson Araújo, vulgo “Cowboy”; e Jones Marques Correa, o “Boy”.

O ex-secretário da SEAP, Jarbas Vasconcelos, é um dos responsáveis pela intervenção nas penitenciárias paraenses, que resgatou o comando do estado nas casas penais, desarticulando os líderes das facções. Os mais perigosos foram transferidos para prisões de segurança máxima. Com a intervenção, o crime organizado chegou a perder 20 milhões de reais por mês oriundos do tráfico de drogas, extorsão e outros crimes que eram praticados dentro e fora das cadeias.

Relação ilícita - A Operação Pombo, de acordo com informações do Ministério Público, contou com o apoio do Grupo de Atuação Especial de Inteligência e Segurança Institucional e da Secretaria de Estado de Administração Penitenciária. Ela foi deflagrada com fundamento na investigação sobre a relação ilícita de advogados com integrantes de facções criminosas que se encontram custodiados em estabelecimentos prisionais paraenses.

Na operação, foram apreendidos bilhetes manuscritos, bem como aparelhos eletrônicos, dentre os quais um relógio smartwatch pertencente a um dos advogados e utilizado para gravar as mensagens durante as visitas carcerárias. Os bilhetes manuscritos eram destinados a diversos integrantes do Comando Vermelho, dentre eles David Palheta Pinheiro, vulgo “Bolacha”, e o próprio presidente da facção, Leonardo Costa Araújo, vulgo “L-41”, ambos foragidos no Estado do Rio de Janeiro.

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