O operário José Francisco Alves, 26, que desmaiou dentro de uma cisterna anteontem, morreu às 18h05 de ontem, no Hospital Belém, para onde ele foi levado logo depois do acidente, no canteiro de obras do residencial Uno Tower, na travessa Barão do Triunfo, entre as avenidas João Paulo II e Almirante Barroso. A obra é realizada pela construtora e incorporadora Authentic.
Levado para o hospital ainda desmaiado, depois de ficar 20 minutos na cisterna, o operário deu entrada em estado grave no hospital. Segundo laudo do Hospital Adventista de Belém, José Alves deu entrada na emergência do hospital às 12h25 de anteontem e foi encaminhado para a CTI, onde apresentou instabilidade hemodinâmica e taquicardia grave, vindo a sofrer paradas cardíacas na madrugada e na tarde de ontem.
O pai do operário, Bernardo Costa Neto, registrou Boletim de Ocorrência na Delegacia do Marco, para que o corpo fosse removido para o Instituto Médico Legal, para a autópsia que poderá revelar a verdadeira causa da morte dele. A suspeita é de que o operário teria respirado gases que o fizeram desmaiar. Bernardo Neto disse que vai lutar “por justiça”.
José Alves era contratado de uma empresa terceirizada que estava prestando serviços à Authentic, era casado e tinha dois filhos. A família ainda não decidiu a que horas e onde será o enterro.
IRREGULARIDADES
Segundo o coordenador do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria da Construção e Mobiliária de Belém (Sticmb), Aílson Cunha, a Authentic deu o prazo até o dia 10 de abril para solucionar todos os problemas existentes na obra onde 164 operários trabalham diariamente. “Verificamos que existem muitas irregularidades. As principais são a falta de equipamentos de segurança e os uniformes usados pelos operários. Coisas fundamentais em uma obra”.
Segundo Cunha, se dependesse do sindicato, a obra da Authentic já sido embargada pela Superintendência Regional do Trabalho e pelo Ministério Público Estadual (MPE). “A obra não oferece o mínimo de segurança para os trabalhadores da construção civil. Os donos estão mais preocupados em entregar seus prédios do que dar condições de trabalho aos funcionários”, diz o coordenador.
De acordo com o sindicato, durante a reunião a empresa reconheceu a falta de equipamentos no canteiro de obras. O DIÁRIO tentou contato com algum representante da empresa, mas ninguém foi encontrado para falar. (Diário do Pará)
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