Quatro meses se passaram e até agora nada sobre a prisão dos culpados pelas 10 mortes que sacudiram Belém nos dias 4 e 5 de novembro do ano passado.

Cansados de tanto esperar e mais do que nunca revoltados com o silêncio das autoridades e o clima de impunidade, os familiares das vítimas da série de homicídios que foi desencadeada após o assassinato do cabo Antônio Marcos da Silva Figueiredo, conhecido como “Pet”, da Ronda Ostensiva Tática Metropolitana (Rotam), estiveram no Ministério Público Estadual para pedir esclarecimentos sobre o andamento das investigações que seguem em sigilo.

Sem uma resposta satisfatória, mães continuam aguardando pelo desfecho e justiça.Na quarta-feira pela manhã, uma comissão formada por familiares da chacina de Belém estiveram reunidos no MP para pedir esclarecimentos sobre o andamento das investigações de cada caso.

De acordo com Susana, mãe de Márcio Rodrigues dos Santos, assassinado no bairro do Tapanã, o grupo não conseguiu respostas, já que a investigação ocorre em sigilo.

"Eles nos confortaram, mas não esclareceram. Não tem nada concreto, sabemos que teve gente presa, mas não sabemos quem foi. Continuaremos esperando e a justiça vai ser feita, a gente precisa acreditar em alguma coisa. Vai haver punição, vai ser feita a justiça”, disse sobre a reunião.

De acordo com a presidente da Comissão dos Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-PA), Luana Thomaz, a entidade vem acompanhando o caso com demais entidades civis e agora aguarda a conclusão do inquérito policial.

O DIÁRIO entrou em contato com a Polícia Civil, que por sua vez não se posicionou, informando que aguarda retorno sobre a previsão de conclusão do inquérito.

A matança teve início na noite do dia 4 de novembro e perdurou até a madrugada do dia 5, para achar os responsáveis da morte do “cabo Pet”, que ocasionou em uma série assassinatos pelos bairros do Guamá, Terra-Firme, Tapanã, Jurunas e Marco.

Logo em seguida, foi instalada uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar a existência de milícias no Pará. O relatório foi divulgado dia 30 de janeiro e comprovou a existência de pelo menos quatro grupos de extermínio no Estado. 

(Diário do Pará)

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