Paradas de ônibus já são normalmente consideradas perigosas por usuários. Aos domingos, então, a sensação de insegurança aumenta e belenenses evitam sair de casa para não correr riscos. “É o dia mais perigoso por causa do vazio. Não tem ninguém na rua e a gente não vê uma viatura”, reclama o pedreiro Manuel Cadim, 50, que esperava um coletivo em uma parada da rodovia Augusto Montenegro, no meio a tarde de ontem.

Ele próprio já sofreu um assalto quando aguardava na para de São Brás há alguns anos. “Eram dois, eles estavam armados, me cercaram e levaram todo meu dinheiro. Cerca de R$ 1 mil”, denuncia. “A gente tem que tá sempre alerta. Eu tô aqui, mas tô atento em tudo, porque hoje em dia tá assim. Não tem mais lugar, não tem mais hora, é o tempo todo”, critica.

A estudante de Nutrição, Matilde Pinheiro, 32, também estava apreensiva enquanto aguardava o ônibus em Icoaraci para voltar pra sua casa, no Umarizal, na tarde de ontem. “Eu tento não sair no domingo, mas é complicado, porque nós temos nossos compromissos e não podemos fica trancados em casa”, lamenta. 

“Não é mais seguro em canto nenhum, só o fato de sair de casa já é perigoso”, continua. Ela afirma, com alívio, nunca ter sido assaltada, mas já ter presenciado alguns crimes, até dentro dos próprios coletivos. 

“Eu vi um furto uma vez. Uma moça tava mexendo no celular, um rapaz pediu para descer e assim que a porta do ônibus abriu ele puxou o celular da mão dela e saiu correndo”, narra a estudante enquanto abraça a mochila na frente do corpo, em vez de pendurá-la nas costas, como precaução.

(Arthur Medeiros/Diário do Pará)

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