Com as proximidades das eleições presidenciais de 2022, os institutos de pesquisa buscam entender como estão as intenções de voto dos eleitores brasileiros e a imagem dos candidatos ao posto de chefe do Executivo nacional.
Na mais recente pesquisa do Instituto Datafolha, divulgada na noite de quinta-feira (23), os resultados mostram que a reprovação ao governo de Jair Bolsonaro (PL) seguiu estável do fim de maio até agora.
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Ele se mantém como o presidente eleito pior avaliado a essa altura do mandato desde a redemocratização.
Segundo o instituto, que ouviu 2.556 pessoas em 22 e 23 de junho e trabalha com margem de erro de dois pontos, Bolsonaro tem sua gestão rejeitada por 47%. Eram 48% em 25 e 26 de maio, na rodada anterior.
Aqueles que o acham regular oscilaram de 27% para 26% no período, enquanto quem o aprova com a avaliação de que faz um governo ótimo ou bom foram de 25% para 26%.
PANORAMA
Ante a sucessão de problemas e crises pelas quais o governo passa, o resultado quase pode ser comemorado no Planalto.
No período, Bolsonaro aumentou o tom de sua campanha contra o sistema eleitoral, declarou guerra à Petrobras devido ao aumento do preço dos combustíveis e seu impacto na inflação e viu um indigenista e um repórter serem mortos na Amazônia.
Para completar, no dia em que as equipes do Datafolha foram às ruas, no governo foi colhido por um escândalo de corrupção: o ex-ministro da Educação Milton Ribeiro foi preso numa investigação sobre desvios envolvendo pastores, como ele, na sua gestão. Uma das prisões ocorreu no Pará, do pastor Arilton Moura, que já foi secretário de Estado durante o governo de Simão Jatene.
Isso dito, os números não são nada bons para o presidente. A rejeição à administração acompanha aquela registrada pelo pré-candidato a ficar no posto: 55% dizem que não votariam de jeito nenhum em Bolsonaro.
Na série histórica de seu governo, sua maior rejeição como governante foi de 53%, registrada em dezembro passado. Depois disso, caiu para o patamar atual e ficou, em três levantamentos seguidos. Sua aprovação máxima havia sido na virada do primeiro ano da pandemia, 2020, sob efeitos do auxílio emergencial da crise sanitária: 37% de ótimo/bom.
RECORDE NEGATIVO
Entre os presidentes eleitos para o primeiro mandato que chegaram a 3 anos e 6 meses de governo desde a eleição de 1989, a primeira após a ditadura (1964-85), Bolsonaro é o que colhe os piores números. Fernando Henrique Cardoso (PSDB) tinha 31% de aprovação e 25% de reprovação em junho de 1998; Luiz Inácio Lula da Silva (PT), rival de Bolsonaro em outubro, tinha 38% e 21%, respectivamente, em junho de 2006.
E Dilma Rousseff (PT) marcava 35% de ótimo/bom ante 26% de ruim/péssimo em junho de 2014. Todos os três antecessores conseguiram se reeleger. Hoje, Bolsonaro tem 28% das intenções de voto, segundo o Datafolha, ante 47% de Lula.
Reprovam mais o governo os nordestinos, as mulheres e os mais pobres, espelhando o perfil de rejeição a Bolsonaro entre o eleitorado.
A margem de erro da pesquisa, contratada pela Folha de S.Paulo e registrada no Tribunal Superior Eleitoral sob o número 09088/2022, é de dois pontos para mais ou menos.
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