O presidente Jair Bolsonaro (PL) e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) devem se encontrar pela primeira vez desde que confirmaram a intenção de disputar a eleição ao Palácio do Planalto, na terça-feira (16), durante a posse do ministro Alexandre de Moraes no comando do TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
Bolsonaro confirmou a presença ao receber o juiz na última quarta-feira (10). Já a presença do petista foi confirmada por sua assessoria de imprensa na tarde desta segunda (15).
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O juiz assume a corte eleitoral em meio a insinuações golpistas e ataques de Bolsonaro às urnas. Na última semana, a campanha de Lula foi atingida por decisão do tribunal, quando o ministro Raul Araújo Filho determinou a exclusão de vídeos de discurso em que Lula chama Bolsonaro de "genocida".
O ex-presidente Michel Temer (MDB) e a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) também devem acompanhar a posse. Moraes convidou todos os ex-chefes do Executivo. Ainda são esperados mais de 20 governadores, além de parlamentares e autoridades do Judiciário.
Segundo a lei, o processo eleitoral começa oficialmente nesta terça. Para iniciar a campanha, Lula deve visitar fábrica da Volkswagen, em São Bernardo do Campo (SP), às 14h. A cerimônia em Brasília está marcada para as 19h.
O núcleo da campanha petista bateu o martelo sobre a participação de Lula na posse de Moraes no começo da tarde desta segunda-feira.
Segundo um interlocutor do ex-presidente, a presença dele na cerimônia, assim como a de outros ex-presidentes, pode configurar mais um gesto que reforça a necessidade de se resguardar o ambiente institucional do tribunal, além de prestigiar o processo eleitoral.
No último dia 11, ocorreu a mais ampla manifestação em defesa da democracia sob o governo de Bolsonaro, com um ato na Faculdade de Direito da USP. Nele, foi lida carta que prega a manutenção do Estado democrático de Direito e o respeito às eleições diante das ameaças de Bolsonaro de contestar o resultado e questionar as urnas eletrônicas. O documento já reúne mais de 1 milhão de assinaturas.
O governo quer usar a presença do atual presidente como gesto para tentar apaziguar as relações com a corte. A expectativa de ministros de Bolsonaro é que a posse de Moraes facilite esse diálogo.
Horas antes de aceitar o convite, porém, o chefe do Executivo havia atacado ministros do STF e dito que não perderia as eleições para "narrativas". Sem citar nomes, o presidente havia dito que há "ameaça à liberdade" no Brasil e que a população tem o dever de "aperfeiçoar as instituições, desconfiar".
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